28 abr, 2024 - 19:57 • Lusa
O exército israelita anunciou este domingo que nos próximos dias vai aumentar a quantidade de ajuda humanitária que entra na Faixa de Gaza, incluindo alimentos, água, suprimentos médicos e equipamentos de abrigo.
"Nas últimas semanas, o montante da ajuda em Gaza aumentou significativamente. Nos próximos dias, vai continuar a aumentar mais", disse o porta-voz do exército, Daniel Hagari.
Este aumento, afirmou, deve-se "aos esforços acrescidos" que se têm realizado nas últimas semanas, como a abertura do porto de Ashdood, no sul do país, e também a abertura de uma nova passagem no norte de Gaza.
"Aumentámos a quantidade de ajuda que vem da Jordânia através da travessia de Kerem Shalom", acrescentou o porta-voz do exército.
Por outro lado, confirmou que as forças israelitas continuam a trabalhar em conjunto com o Comando Central dos EUA para a construção de um cais marítimo temporário, com o objetivo de estabelecer outra rota para levar ajuda à população de Gaza.
Há meses que organizações de defesa dos direitos humanos acusam Israel de transformar "a fome numa arma de guerra", afirmando que continuam a ocorrer bloqueios nos postos fronteiriços e que parte desta ajuda não chega ao norte do enclave, onde pelo menos 300.000 pessoas estão expostas à fome.
O exército também informou na tarde de domingo que as suas tropas iniciaram na noite passada várias missões "defensivas e ofensivas" no enclave palestino para localizar e "destruir" a infraestrutura do Hamas.
Mais de 34.000 pessoas já morreram na guerra que Israel lançou na Faixa de Gaza, em retaliação ao ataque, a 07 de outubro de 2023, do movimento islamita Hamas em território israelita, que fez 1.163 mortos e 250 reféns, dos quais mais de 100 permanecem em cativeiro e 34 terão entretanto morrido, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.
O conflito fez também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que está a fazer vítimas - “o número mais elevado alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.