27 abr, 2024 - 15:48 • Reuters
A Rússia pode responder ao confisco das suas reservas monetárias congeladas pelos países ocidentais apoderando-se dos ativos de cidadãos e investidores dos EUA na Rússia, afirmou este sábado Dmitry Medvedev, , um aliado próximo do presidente Vladimir Putin e vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia.
A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou um projeto de lei que permite à administração Biden confiscar os ativos russos detidos em bancos americanos e transferi-los para a Ucrânia. O Kremlin reagiu afirmando que a medida seria ilegal e avisando que desencadearia uma retaliação.
Em resposta à invasão russa da Ucrânia, os Estados Unidos e os seus aliados bloquearam cerca de 300 mil milhões de dólares em ativos soberanos russos situados no Ocidente, que incluem propriedades e dinheiro, a maioria dos quais estão em instituições financeiras europeias.
A par das autoridades americanas, os restantes países do G7 também estão a analisar o que poderão fazer em relação aos ativos russos congelados.
Medvedev reconheceu que a Rússia não será capaz de retaliar na mesma dimensão contra qualquer apreensão de suas reservas pelos EUA.
"A razão é clara: não temos uma quantidade significativa de propriedade americana, incluindo dinheiro, direitos e outros ativos dos EUA. Portanto, a resposta só pode ser assimétrica. Nem por isso será menos dolorosa", escreveu Medvedev no seu canal oficial do Telegram.
"Estamos a falar da execução hipotecária, por exemplo, por decisão judicial, de propriedades de particulares localizadas na jurisdição da Rússia (dinheiro, imóveis e bens móveis em espécie, direitos de propriedade)."
“Sim, esta é uma história complexa, uma vez que estes indivíduos geralmente atuavam como investidores na economia russa”, disse Medvedev. "E garantimos-lhes a inviolabilidade dos seus direitos de propriedade privada. Mas o inesperado aconteceu: o seu Estado declarou-nos uma guerra híbrida. Tem de haver uma resposta".
A lei russa precisaria de ser alterada para permitir este tipo de apreensão de bens a favor do Estado russo.
A governadora do Banco Central Russo, Elvira Nabiullina, afirmou na sexta-feira que Moscovo defenderia os seus interesses legítimos no caso dos seus ativos serem confiscados, mas não revelou a estratégia e as táticas.