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Cuba. Centenas de pessoas protestam devido a apagões e falta de alimentos

18 mar, 2024 - 16:22 • com Reuters

Desde a pandemia de covid-19 que Cuba entrou numa crise económica sem precedentes, o que levou a uma enorme escassez de alimentos, combustível e medicamentos.

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Centenas de pessoas saíram às ruas, este domingo, em Santiago, uma das maiores cidades de Cuba, para protestarem contra os apagões e a falta de alimentos, de acordo com relatórios oficiais. Os protestos levaram o presidente cubano, Miguel Diaz-Canel, a apelar ao diálogo numa "atmosfera de tranquilidade e paz".

De acordo com vários vídeos publicados nas redes sociais, os manifestantes gritavam "energia e comida" e protestavam devido aos apagões diários que se prolongam por 18 horas ou mais, estragando os alimentos, e o racionamento de alimentos. A crise energética e alimentar afeta o país desde o ano passado, mas agravou-se no início deste mês.

Desde a pandemia de covid-19 que Cuba entrou numa crise económica sem precedentes, o que levou a uma enorme escassez de alimentos, combustível e medicamentos, motivando a saída de mais de 400 mil pessoas para os Estados Unidos.

Diaz-Canel confirmou o protesto em Santiago através da plataforma social X: "Várias pessoas expressaram a sua insatisfação com a situação do serviço elétrico e da distribuição de alimentos", escreveu.

"A disposição das autoridades do Partido, do Estado e do Governo é atender às queixas do nosso povo, ouvir, dialogar, explicar os numerosos esforços que estão a ser realizados para melhorar a situação, sempre num ambiente de tranquilidade e paz", acrescentou.

O presidente cubano acusou ainda alegados "terroristas" dos Estados Unidos de estarem a tentar gerar novas revoltas: "Este contexto será aproveitado pelos inimigos da Revolução, para fins desestabilizadores".

De acordo com a agência estatal CubaDebate, a polícia conseguiu "controlar a situação" em Santiago e "evitar a violência". Até ao momento, não há qualquer informação sobre eventuais detenções associadas aos protestos e os vídeos que circulam nas redes sociais sugerem que a manifestação foi pacífica.

Segundo a principal dirigente do Partido Comunista de Santiago, "a população de Santiago foi respeitadora e ouviu atentamente a informação dada pela direção do município" sobre a escassez de alimentos e eletricidade.

A embaixada dos EUA em Havana refere que estava a monitorizar a evolução dos protestos em Santiago e noutros locais e apelou, através do X, ao governo cubano para que respeite "os direitos humanos dos manifestantes" e atenda "às necessidades legítimas do povo cubano".

O ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodriguez, criticou os comentários da Embaixada dos EUA no domingo e culpou o embargo comercial e as sanções impostas pelos EUA pela "situação económica aguda" de Cuba.

"O Governo dos EUA, especialmente a sua embaixada em #Cuba, deve abster-se de interferir nos assuntos internos do país e incitar à desordem social", acusou o dirigente.

Cuba enfrenta vários de cortes de energia devido a obras na central termoelétrica de Antonio Guiteras, a maior da ilha. Já em 2022, Cuba registou uma baixa de produção energética, na sequência do Furacão Ian.

Recorde-se também que, em 2021, Cuba registou uma vaga de protestos antigovernamentais - os maiores desde a revolução de Fidel Castro em 1959 - e centenas de manifestantes foram presos e condenados, depois de o Governo cubano ter declarado que os detidos eram culpados de agressão, vandalismo e sedição.

Grupos de defesa dos direitos humanos, a União Europeia e os Estados Unidos criticaram a reação de Cuba aos protestos, considerando-a pesada e repressiva.

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  • Rudys Calderin
    18 mar, 2024 vila nova de famalicão 21:22
    Renascença, se só mostram o que diz o governo de Cuba, só estão a dizer parte da realidade, eles controlam todos os medios de comunicação em Cuba. O povo da provincia onde nasci, e o povo em outras provincias, protestam pela falta de eletricidade, pela falta de alimentos e pela falta de LIVERDADE. Também protestavam e gritavam contra o presidente do pais, contra o comunismo, a ditadura, há muitos videos onde podem verificar isso. Se dissem que só protestam por falta de eletricidade e comida, o governo de Cuba e muitos outros governos e organizações que o apoiam, utilizam esse argumento para dizer que a culpa é do embargo americano. Estados Unidos de América é o quinto socio comercial de Cuba, pela cantidade de productos que vende ao governo de Cuba. Espanha e otros paises da UE têm relações comerciais com o governo de Cuba, a China, Russia, México(lhes envia petróleo), a listagem é cumprida. A Espanha até lhes vende armas e equipos militares, para a policia, ainda são fabricados muitos hoteis, de onde saem todos os produtos utilizados na fabricação dos hoteis? Enquanto não se compram ambulancias, medicamentos, etc. Se não sabem onde escontrar os dados que demostram o que digo, é só pedir. Probas há.

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