06 fev, 2024 - 09:20 • Lusa
As autoridades da Tailândia acusaram o antigo primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, ao abrigo da controversa lei de lesa-majestade, por comentários feitos em 2015, anunciou um representante da justiça, esta terça-feira.
Figura central da política tailandesa, Thaksin Shinawatra negou a acusação e pediu, por escrito, um tratamento justo, disse aos jornalistas o porta-voz da Procuradoria-Geral Prayuth Pecharakun.
A investigação está relacionada com alegados comentários difamatórios sobre o rei e a família, feitos em 2015 em Seul, referiu Pecharakun.
Cabe agora ao procurador público decidir se deve ou não realizar julgamento, com base nas conclusões da polícia, disse.
Thaksin Shinawatra esteve no poder entre 2001 e 2006, até ao golpe de Estado do exército. Regressou à Tailândia em agosto passado, após um exílio autoimposto de 15 anos para escapar a condenações por corrupção e abuso de poder.
O multimilionário de 74 anos, cuja a família afirma ter uma saúde frágil a exigir um acompanhamento médico permanente, foi amnistiado parcialmente pelo rei, que reduziu a pena de prisão de oito para um ano.
Depois de ter passado algumas horas na prisão no regresso a Banguecoque, ficou detido num hospital policial, onde foi submetido a pelo menos duas cirurgias. Poderá sair em liberdade condicional nas próximas semanas, de acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP).
Do estrangeiro, Thaksin Shinawatra continuou a exercer influência na vida política tailandesa, através da família e do partido, agora chamado Pheu Thai, que recuperou o poder em agosto passado.
"O caso está nas mãos do Ministério da Justiça. Temos de aguardar a decisão do Procurador-Geral”, declarou o primeiro-ministro, Srettha Thavisin, próximo do clã Shinawatra.
A lei tailandesa de lesa-majestade implica penas de prisão de três a 15 anos e pode ser aplicada a atos cometidos fora do reino.
Nos últimos anos, grupos de defesa dos direitos humanos têm denunciado a utilização abusiva da lei, usada para abafar qualquer voz dissidente com fins políticos, acrescentou a AFP.