16 out, 2023 - 23:47 • Lusa
Cerca de 100 mil israelitas foram deslocados das suas casas devido ao conflito contra o grupo islamita palestiniano Hamas, em particular residentes de cidades próximas da fronteira com a Faixa de Gaza e o Líbano, foi divulgado esta segunda-feira.
O Ministério da Defesa de Israel adiantou à agência Efe que o número de retirados ou realocados são "cerca de 100 mil".
O Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta, Israel tem vindo a bombardear várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Em Israel, cerca de 1.400 pessoas morreram, a grande maioria civis, durante o ataque da milícia islamita, a que se somam cinco mortes causadas pela milícia xiita libanesa Hezbollah na fronteira norte.
O número de mortes causadas pelos bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza desde o ataque da milícia islamita Hamas, em 07 de outubro, já chega a 2.750 pessoas, além de se registarem 9.700 feridos, informou hoje o Ministério da Saúde palestiniano.
Além disso, desde o início da guerra, 58 palestinianos também foram mortos em confrontos com israelitas e 1.250 ficaram feridos na Cisjordânia ocupada.
Perante este cenário, cerca de 30 mil habitantes de Sderot, a cidade israelita mais próxima da Faixa de Gaza, e outras 36 mil pessoas que viviam num diâmetro de até sete quilómetros ao redor da fronteira com o enclave palestiniano foram deslocadas para outros locais, segundo dados do Ministério da Defesa israelita.
Já cerca de 5.000 israelitas carecem de proteção pessoal adequada e de residência estável em Ashkelon, uma cidade localizada um pouco mais a norte de Sderot, na costa do Mediterrâneo.
Todos estes pontos foram atingidos por foguetes provenientes de Gaza e testemunharam a morte e a destruição de numerosas infraestruturas que os militantes deixaram no seu rasto.
Também os habitantes das cidades do norte de Israel, ao longo da fronteira com o Líbano, tiveram de abandonar as suas casas, após a intensificação da troca de projéteis entre o Estado judeu e o grupo xiita Hezbollah, juntamente com as milícias palestinianas, em consequência da conflito com o Hamas.
Naquela área, cerca de 10 mil israelitas foram retirados de 28 cidades pelas autoridades, enquanto outros 17 mil o fizeram voluntariamente, antes da chegada do pedido oficial hoje realizado.
O auge da tensão ocorreu no domingo, quando o Hezbollah assumiu a responsabilidade pelo lançamento de seis mísseis antitanque e nove foguetes, aos quais Israel respondeu bombardeando as posições do grupo no sul do Líbano.
Um projétil atingiu a sede da missão de paz da ONU no Líbano (UNIFIL), na cidade de Naqura, no sul, sem provocar vítimas, sendo que a origem está a ser investigada pelos Capacetes Azuis.
Este é o maior aumento de tensão na região desde a escalada de 2006 e suscitou receios de que o Hezbollah decida envolver-se diretamente na guerra.
Em nove dias de tensão entre Israel e as milícias libanesas, 17 pessoas morreram, cinco em território israelita -- quatro soldados e um civil -- e pelo menos 12 em solo libanês, incluindo três civis - entre os quais um operador de câmara da agência de notícias Reuters - quatro membros do Hezbollah e cinco membros das milícias palestinianas.