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Guterres saúda missão de paz de seis líderes africanos a Moscovo e Kiev

17 mai, 2023 - 05:28 • Lusa

Os países africanos têm sido menos unânimes do que as grandes potências ocidentais na denúncia da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

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O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, saudou a missão de paz liderada por seis dirigentes africanos que irá partir em breve para a Ucrânia e a Rússia.

O porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, confirmou que o português recebeu um telefonema do Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, no qual comunicou que a iniciativa é “bem-vinda”.

"Somos a favor de qualquer iniciativa que nos possa levar à paz, de acordo com a Carta [das Nações Unidas], de acordo com o direito internacional e de acordo com as resoluções da Assembleia Geral", declarou Dujarric, numa conferência de imprensa.

Ramaphosa anunciou na terça-feira que uma missão de paz liderada por seis dirigentes africanos vai partir "o mais rapidamente possível" para a Ucrânia e a Rússia para tentar "encontrar uma solução pacífica para o conflito devastador”.

O Presidente russo, Vladimir Putin, e o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky "concordaram em receber a missão e os chefes de Estado africanos em Moscovo e em Kiev", disse Ramaphosa, numa conferência de imprensa na Cidade do Cabo.

Além da África do Sul, a missão inclui Senegal, Zâmbia, Congo, Uganda e Egito, adiantou o chefe de Estado sul-africano.

Ramaphosa, que disse ter falado com os homólogos russo e ucraniano em "telefonemas separados" durante o fim de semana, disse esperar "trocas sustentadas com ambos os líderes" durante a missão.

Os países africanos têm sido menos unânimes do que as grandes potências ocidentais na denúncia da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022. Países como o Senegal e a África do Sul abstiveram-se de votar numa resolução da Organização das Nações Unidas que a condenava.

Na segunda-feira, o Presidente sul-africano manifestou a sua indignação, afirmando que Pretória estaria a ser alvo de uma "pressão extraordinária" para escolher um lado.

Próxima do Kremlin desde a época da luta contra o 'apartheid', a África do Sul sempre se recusou a condenar a invasão da Ucrânia, alegando manter-se "neutra" e querer dar prioridade ao diálogo.

Esta posição tem irritado alguns membros da comunidade internacional, especialmente desde que Pretória acolheu exercícios navais com a Rússia e a China, em fevereiro, pouco antes do primeiro aniversário da invasão russa, reacendendo as preocupações ocidentais.

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  • Cidadao
    17 mai, 2023 Lisboa 17:24
    Querem é ver se os cereais ucranianos continuam a correr para os Países deles... Planos de Paz? Certamente: serão iguais aos da China, ou de outros que apenas falam em "cessar-fogo" que é o que a Rússia quer, principalmente agora, depois do fracasso da sua ofensiva de Inverno e quando começa a desenhar-se a contra-ofensiva ucraniana, e os ataques russos com misseis e drones, começam a ser controlados pela anti-aérea ucraniana. Um cessar-fogo sem retirada de tropas é o que convém à Rússia, e é isso que os áfricas vão propor. Só que a Ucrânia não está pelos ajustes e vai dar um rotundo NÃO, pois qualquer plano que não inclua a retirada total de tropas russas do território ucraniano, o pagamento de indemnizações de guerra, e garantias de salvaguarda territorial pelo menos até a Ucrânia fazer parte da NATO, não será aceite pela Ucrânia.

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