05 mai, 2023 - 10:00 • Cristina Nascimento
Quando a maioria das pessoas está já a gozar a sua reforma, Carlos III é oficialmente coroado rei do Reino Unido e de 14 estados soberanos, pertencentes à Commonwealth.
Aos 74 anos (fará 75 a 14 de novembro), o novo monarca, que muitos acharam que não chegaria a subir ao trono, sucede a Isabel II, falecida em setembro de 2022. É o rei britânico mais velho a ser coroado.
Charles Philip Arthur George, o mais velho dos quatro filhos de Isabel II e do príncipe Filipe, foi pioneiro na família real em alguns aspetos. Foi, por exemplo, o primeiro herdeiro do trono a frequentar uma escola em vez de ser ensinado por tutores. É ainda o primeiro herdeiro do trono britânico com formação superior. Carlos estudou Arqueologia, Antropologia e História na Universidade de Cambridge.
É também o primeiro rei casado somente pelo civil. Carlos III terá a seu lado Camila Parker Bowles, o seu amor de há muitas décadas, mas ninguém esquece Diana, mãe do príncipe herdeiro William e de Harry.
O casamento de Carlos e Diana, em 1981, considerado um conto de fadas, terminou num divórcio, 15 anos mais tarde. Em 1997, Diana morreu num acidente de viação em Paris.
Um ano depois do desaparecimento da “princesa do povo”, como Diana era chamada, Carlos e Camila assumiram ter um relacionamento amoroso e, em 2005, casaram numa cerimónia civil. Desde então, observou-se uma gradual aproximação da opinião pública ao casal. Para tal, também contribuiu a postura de Isabel II que fez saber que seria seu desejo que Camila viesse a gozar do título de rainha.
Na hora de subir ao trono, vários especialistas dão como certo que, nesta altura, Carlos III preferiria não assumir estas funções e continuar antes a dedicar-se às várias causas pelas quais tem interesse. Os rumores preveem, aliás, que, ao contrário do de Isabel II, o reinado de Carlos III será curto. O rei pretenderá abdicar dentro de alguns anos, dando lugar ao filho William, também numa tentativa de rejuvenescer a monarquia britânica que há vários anos sofre alguma contestação.
Independentemente de quanto tempo estiver no trono, espera-se de Carlos III que fique para a história como um rei de causas, a primeira das quais a ambiental. Conhecido por gostar e proteger a natureza (diz-se que até fala com as plantas) e por ser adepto da vida do campo, durante décadas, como príncipe, foi porta-voz e deu apoio a muitas preocupações nesta área.
É também um defensor da medicina tradicional e, tal como sou a mãe, um espectador atento das corridas de cavalos.