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Sérvia. Cientistas criam árvores líquidas para melhorar qualidade do ar

04 abr, 2023 - 12:03 • Redação

Instalados em Belgrado, os biorreatores "Líquido 3", tal como as árvores naturais, são capazes de transformar o dióxido de carbono em oxigénio puro.

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Um biorreator com um interior de água e microalgas: esta é a mais recente arma de combate à poluição na Sérvia. Já em utilização nas ruas de Belgrado, a tecnologia, é capaz de transformar dióxido de carbono em oxigénio puro.

A árvore líquida realiza o processo através da fotossíntese, tal como as árvores naturais. Os especialistas acreditam que estas algas conseguem ter uma eficácia entre 10 a 50 vezes superior.

Os elevados níveis de poluição do ar em Belgrado, capital sérvia, espoletaram o receio de danos e até mesmo a eliminação das plantas urbanas. Foi com esta preocupação em mente que Ivan Spasojevic, o criador da árvore líquida, desenvolveu o projeto.

Também a falta de espaço para plantar árvores nos grandes centros urbanos pode ser resolvido com recurso a esta nova tecnologia. Aliás, Spasojevic refere que a intenção não é erradicar as árvores, mas sim colmatar os problemas de elevados níveis de poluição e reduzido espaço.

A Sérvia está entre os países europeus com pior qualidade do ar e a área circundante de Belgrado terá 4,9 vezes o valor máximo de gases com efeito de estufa (GEE) que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que garantem a segurança pública.

Inclusivamente em 2022, os habitantes da capital manifestaram-se contra a má qualidade do ar na cidade, alegadamente devido à negligência das autoridades.

De acordo com um estudo sobre a poluição, realizado pela plataforma Ener2Crowd, os centros urbanos são os principais responsáveis pelas emissões poluentes para a atmosfera. A cidade mais poluente da Europa é Moscovo, com a emissão de 112 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) libertados para atmosfera anualmente.

Lisboa ocupa a 18.ª posição, com a emissão de quatro milhões de toneladas de CO2.

A Agência Europeia do Ambiente (AEA) publicou em março que a qualidade do ar no continente tem vindo a melhorar e em resultado disso, o número de pessoas a morrer precocemente ou a sofrer de doenças devido à poluição atmosférica tem também vindo a diminuir.

Ainda assim, "a poluição atmosférica continua a ser o maior risco ambiental para a saúde na Europa", responsável por prejudicar a biodiversidade e a agricultura, assim como por provocar doenças crónicas e mortes. Só em 2020, este tipo de poluição foi responsável pela morte de 238 mil pessoas na Europa.

Este organismo europeu refere ainda a necessidade de medidas de maior ambição que permitam atingir as metas da OMS. O plano para zero poluição da AEA estabelece o objetivo de reduzir o número de mortes prematuras até 2030 em 55%, em relação aos índices de 2005. Em 2020, a Europa já havia atingido uma redução de 45%.

É possível acompanhar o nível da qualidade do ar em todas as cidades europeias através da plataforma online do Índice da Qualidade do Ar na Europa.

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