Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Guerra na Ucrânia

Suécia envia artilharia de campanha para Kiev, que pede mais armamento aos aliados

19 jan, 2023 - 12:22 • Redação com Lusa

O apoio militar é decisivo, defende o primeiro-ministro da Suécia, porque pode alterar "as iniciativas sobre as tomadas de posição" no terreno no próximo inverno.

A+ / A-

A Suécia decidiu iniciar o envio de material bélico para o Exército ucraniano, incluindo canhões de campanha modelo Archer e obuses que já tinham sido pedidos por Kiev, anunciou esta quinta-feira o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson.

A decisão foi comunicada em conferência de imprensa após uma reunião do Executivo de Estocolmo tendo o primeiro-ministro anunciado "a primeira" medida sobre o abastecimento de sistemas de artilharia pesada (Archer) para a Ucrânia, país invadido pela Rússia.

A Suécia, que abandonou em 2021 a doutrina que impedia o envio de armamento para a Ucrânia, vai também mandar para Kiev 50 blindados de combate CV-90, assim como mísseis antitanque NLAW (portáteis).

O anúncio de Estocolmo ocorre na mesma altura em que vários países ocidentais decidem abastecer a Ucrânia com material de guerra. O apoio militar é decisivo, disse o primeiro-ministro da Suécia, porque pode alterar "as iniciativas sobre as tomadas de posição" no terreno no próximo inverno.

Sistema de artilharia Archer

Com um alcance de mais de 30 quilómetros, e com alguns obuses adaptados para excederem os 50 quilómetros, o sistema de artilharia Archer, produzido pelo gigante de armas sueco BAE Systems, pertence à mesma classe que os canhões franceses (Caesar).

Colocado num camião todo-o-terreno, a peça de artilharia de campanha Archer é capaz de disparar vários obuses em poucos segundos, e depois mover-se para uma outra posição, tornando-o eficaz na destruição da artilharia inimiga.

Grupo de contacto reúne-se amanhã

O grupo de contacto para a Ucrânia, que reúne cinquenta países liderados pelos Estados Unidos, reúne-se sexta-feira na base norte-americana de Ramstein, Alemanha, para coordenar a ajuda militar à Ucrânia.

Nos últimos dias, o Reino Unido anunciou o envio de veículos Challenger 2; a França deve abastecer a Ucrânia com os carros ligeiros AMX-10 RC e a Holanda mostrou disposição para enviar baterias terra-ar Patriot (fabrico norte-americano).

Kiev pede mais armamento

Também hoje, a Ucrânia pediu aos países aliados de Kiev para "reforçarem de forma considerável" o abastecimento de material bélico para enfrentar as forças russas, um pedido endereçado sobretudo à Alemanha e à Turquia.

Os Exércitos de Berlim e Ancara possuem blindados Leopard que Kiev tem pedido insistentemente para fazer face à invasão da Rússia. "Apelamos a todos os Estados parceiros que já forneceram ou pretendem fornecer ajuda militar para reforçarem consideravelmente as contribuições", refere um comunicado conjunto dos ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da Ucrânia.

O apelo é lançado numa altura em que o responsável da União Europeia, Charles Michel, se encontra em Kiev para abordar a questão do armamento e na véspera da reunião do grupo de contacto para a Ucrânia.

Ex-Presidente russo deixa alerta

Entretanto, o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, o ex-Presidente Dmitri Medvedev, alertou o "Ocidente" contra o envio de armamento pesado para a Ucrânia, afirmando que a derrota russa numa guerra convencional pode provocar um conflito nuclear.

"Na base da NATO em Ramstein (Alemanha) os grandes líderes discutem novas táticas e estratégicas, assim como o abastecimento de novas armas e sistemas de ataque à Ucrânia. Isto acontece depois do Fórum de Davos onde foliões 'atrasados mentais' repetiram como um mantra:'para se conseguir a paz, a Rússia deve perder'", afirmou Medvedev ameaçando com a possibilidade de um agravamento da situação militar.

"E a nenhum desses miseráveis lhes ocorre retirar uma conclusão elementar: a derrota de uma potência nuclear numa guerra convencional pode provocar uma guerra nuclear", acrescentou.

As posições de Medvedev foram expressas através do sistema digital de mensagens Telegram.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+