Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Supremo do Irão anula pena de morte contra rapper crítico do regime

24 dez, 2022 - 22:23 • Lusa

Tribunal ordenou repetição do julgamento de Saman Saidi e confirmou condenação à pena capital de outro homem.

A+ / A-

O Supremo Tribunal do Irão anulou a sentença de pena de morte contra o rapper Saman Saidi, que tinha sido condenado por ter criticado o governo nas suas canções.

O tribunal decidiu aceitar o recurso interposto pelo músico, anulando a sentença de morte e ordenando um novo julgamento.

Noutro caso, o Supremo confirmou este sábado a condenação à morte de um homem que participou em protestos antigovernamentais em setembro, após a morte de Mahsa Amini, na sequência da sua detenção em Teerão por uso incorreto do véu islâmico.

O Supremo Tribunal disse rejeitar o recurso interposto pelo homem, identificado como Mohamad Qabaldo, que foi condenado por alegadamente ter atropelado mais de seis polícias em novembro, de que resultou a morte de um oficial enquanto cinco ficaram feridos, segundo o portal de notícias iraniano Mizan Online.

As autoridades iranianas executaram até agora duas pessoas condenadas pelo seu papel nas manifestações ocorridas após a morte de Mahsa Amini, enquanto vários milhares foram presos, dos quais mais de 20 enfrentam a pena de morte, segundo um relatório publicado no passado dia 10, pelo diário local Etemad.

No início de dezembro, o regime da República Islâmica executou dois jovens manifestantes, Mohsen Shekari e Majidreza Rahnavard, ambos com 23 anos de idade, por terem participado nas manifestações e alegadamente terem agredido forças de segurança.

Entre as suas detenções e execução das suas penas decorreram pouco mais de três semanas, como sublinharam na altura organizações de direitos humanos.

A Guarda Revolucionária Iraniana confirmou recentemente que mais de 300 pessoas foram mortas desde o início dos protestos, sendo este o primeiro número oficial desde o início das manifestações de protesto, após a morte de Amini, jovem da minoria curda iraniana, quando se encontrava sob custódia da designada "polícia da moralidade".

Os números oficiais são inferiores aos fornecidos pela organização não-governamental Iran Human Rights, que fixa o número de mortos devido à repressão das forças de segurança em mais de 500, e o número de detenções em mais de 18.000, desde 16 de setembro, dia da morte de Mahsa Amini, aos 22 anos.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+