Tempo
|
A+ / A-

Guerra na Ucrânia

Zelensky reafirma que não assinará acordo de paz com a Rússia

06 dez, 2022 - 11:55 • Lusa

Presidente ucraniano diz que o líder russo violará o compromisso, como fez ao invadir este ano a Ucrânia, quando, há 28 anos atrás, se tinha comprometido a respeitar a soberania ucraniana no Manifesto de Budapeste.

A+ / A-

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reafirmou nesta terça-feira a sua recusa em assinar um acordo de paz com a Rússia, alegando que o líder russo, Vladimir Putin, acabará por violar o compromisso, citando um exemplo de 1994.

Zelensky lembrou o exemplo do Memorando de Budapeste de 1994, no qual a Ucrânia renunciou a ficar com armas nucleares da extinta União Soviética em troca de o Estado russo respeitar a soberania e o território da Ucrânia.

Segundo o Presidente ucraniano, a assinatura do referido tratado, em 05 de dezembro, há 28 anos, “dá resposta a muitas das questões atuais” sobre a Rússia, razão que leva a Ucrânia a reiterar a sua recusa em “assinar algo com esses terroristas”, cujos militares voltaram a atacar o país na segunda-feira.

Uma vaga de mísseis russos atingiu na segunda-feira alvos em toda a Ucrânia, incluindo instalações de infraestrutura de energia, forçando a empresa estatal Ukrenergo a realizar cortes de energia de emergência.


“Com o ataque de mísseis, a Rússia marcou outro aniversário da assinatura do Memorando de Budapeste. Um documento cujo destino fornece respostas para muitas das questões atuais sobre a Rússia. Assinar algo com esses terroristas não traz a paz”, afirmou Zelensky na sua mensagem diária à população do país.

“Ceder quaisquer elementos de segurança à Rússia significará uma nova guerra. Só a libertação de toda a nossa terra e levar os assassinos à justiça pode trazer a paz”, acrescentou.

No Memorando de Budapeste, a Rússia, o Reino Unido e os Estados Unidos deram conjuntamente garantias de segurança à Ucrânia, à Bielorrússia e ao Cazaquistão em troca da renúncia a todas as armas nucleares da era soviética nos seus territórios.

Entre outras coisas, os signatários comprometeram-se a respeitar a soberania e as fronteiras existentes das três ex-repúblicas soviéticas.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, alegando ser necessário “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia.

A iniciativa, apelidada pela Rússia de ofensiva militar, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Joaquim Correto
    06 dez, 2022 Paços 14:13
    Estás a meter pouco ao bolso, estás!
  • A Realidade
    06 dez, 2022 Da situação 12:44
    O problema não é ele assinar ou não, o problema é que qualquer tratado assinado, é letra morta para a Rússia que só faz o que quer, pelo menos até ser parada a tiro, como está a acontecer na Ucrânia. Se a Rússia cumprisse o que assina, a invasão nunca teria acontecido, pois a troco da entrega do arsenal nuclear em solo Ucraniano - e atendendo ao que se passa, os ucranianos já se devem ter arrependido mil vezes de se terem fiado na Rússia e devolvido esse arsenal nuclear, na altura o 3.º a nível Mundial - a Rússia comprometeu-se a respeitar o território e a soberania da Ucrânia. E estamos a ver isso mesmo ... A proliferação de armas nucleares deve ser combatida, mas rendendo-nos à evidência, é óbvio que se a Ucrânia mantivesse esse arsenal em seu poder e operacional, não teria havido qualquer invasão, e não haveria um soldado russo que fosse, a menos de 50 Km da fronteira...

Destaques V+