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Ucrânia. Reposição da energia em Kherson vai demorar entre duas e três semanas

14 nov, 2022 - 19:43 • Lusa

Consórcio de energia que garante o fornecimento da região refere que a principal tarefa, nesta altura, é limpar o território para que os especialistas possam trabalhar em segurança.

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O restabelecimento de eletricidade na região ucraniana de Kherson vai demorar pelo menos duas a três semanas, admitiu esta segunda-feira a empresa responsável pelo abastecimento naquele território libertado da ocupação russa.

"Mesmo que cinco ou seis equipas trabalhem lá, levará pelo menos duas a três semanas para restaurar a linha da região de Dnipropetrovsk para Beryslav. Não menos tempo que isso, porque há danos significativos", disse o diretor executivo do consórcio de energia DTEK, Dmytro Sakharuk, em declarações à imprensa.

O responsável da DTEK adiantou que os especialistas já percorreram 75 quilómetros de linhas danificadas de um total de 100.

"Já vimos que faltam 16 postes e que há muitos cabos no chão. Hoje terminaremos de inspecionar a área de Beryslav e Davydiv Brid e saberemos. Acho que é aí que haverá os maiores danos", explicou.

Acrescentou que a principal tarefa agora é limpar o território para que os especialistas possam trabalhar em segurança.

As tropas russas minaram quase todas as infraestruturas críticas, que sofreram grande destruição, bem como edifícios residenciais e centros de saúde, entre outros, segundo as autoridades ucranianas.

Exército russo destruiu central elétrica antes da retirada

De acordo com a empresa nacional ucraniana Ukrenergo, as forças russas destruíram uma central elétrica fundamental em Kherson antes da retirada das suas tropas da cidade e da margem direita do rio Dnieper, no sul da Ucrânia.

"A central energética que fornecia eletricidade a toda a margem direita da região de Kherson e a uma parte significativa da região de Mykolaiv está praticamente destruída", escreveu o presidente da Ukrenergo, Volodymyr Kudrytsky, na rede social Facebook, acrescentando que foi uma das "consequências do medo impotente dos ocupantes antes da sua fuga", na semana passada.

"A maior parte da região libertada de Kherson está sem eletricidade desde 6 de novembro [e] estamos a fazer o melhor que podemos para fornecer eletricidade às pessoas assim que possível", prosseguiu o responsável.

Kudrytsky indicou ainda: "A Ucrânia transmitiu a lista dos equipamentos de que a região de Kherson necessita aos nossos aliados internacionais [e] a Polónia e França já responderam".

A Vice-Primeira-Ministra e Ministra da Reintegração dos Territórios Temporariamente Ocupados, Iryna Vereshchuk, anunciou que está a ser organizada uma retirada dos residentes da região devastada de Kherson antes da chegada do inverno, mas que não incluirá todos os cidadãos.

"Não teremos tempo para restaurar o fornecimento de energia suficiente para aquecer casas (...) não será uma evacuação em massa. Vai abranger os doentes, os idosos e aqueles que ficaram sem os cuidados dos seus familiares", disse, citada pela agência Ukrinform.

Acrescentou que, para ajudar a população disposta a ser retirada das áreas recentemente libertadas mas devastadas da região de Kherson, estão a ser elaboradas listas e rotas, uma vez que, por razões de segurança, "os veículos terão de ser acompanhados".

As forças russas retiraram-se há poucos dias de Kherson depois de uma ocupação que durou cerca de oito meses, deixando o caminho aberto para soldados ucranianos entrarem esta segunda-feira na cidade.

A reconquista de Kherson é considerada como um dos êxitos mais significativos das forças ucranianas na guerra desencadeada com a ofensiva militar lançada pela Rússia, a 24 de fevereiro, e que ainda perdura.

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