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O que é o Mastodon, a rede social alternativa ao Twitter de Elon Musk?

14 nov, 2022 - 07:00 • Cristina Nascimento , Fábio Monteiro

Milhares de pessoas estão a passar da rede do passarinho para a do mamífero extinto. O Mastodon foi lançada há seis anos e está agora a registar uma procura intensa, após o polémico multimilionário Elon Musk ter assumido o controlo do Twitter.

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Desde 27 de outubro, a rede social Mastodon conquistou meio milhão de novos utilizadores. Este pico de procura pela rede social com nome inspirado no mamífero extinto está relacionado com o êxodo de utilizadores do Twitter, depois de Elon Musk ter anunciado a compra desta rede social.

A polémica em torno do negócio do Twitter não passa ao lado da página do Mastodon. Assim que se abre lê-se que o Mastodon é “a rede social que não está à venda”.

Tal como o Twitter, o Mastodon tem aplicações próprias para os sistemas operativos IOS e Android e pode usar a rede através do browser. Visualmente são parecidas, mas têm várias características que as distinguem. Vamos por partes.

Quantos utilizadores tem a rede social?

Atualmente, em todo o mundo, o Mastodon tem cerca de quatro milhões e meio de utilizadores registados, mas o número de utilizadores ativos é de de apenas pouco mais de um milhão. O Twitter, por comparação, tem 400 milhões de utilizadores registados, mais de metade dos quais ativos.

Tem publicidade?

Zero.

Quais são as semelhanças com Twitter?

O Mastodon é também uma plataforma de microblogging. Em vez de um tweet, escreve-se um toot. Não se faz retweet, faz-se um boost.

As mensagens podem ter até 500 caracteres, quase o dobro do permitido no Twitter.

Em que difere do Twitter?

O que salta à primeira vista é: as mensagens publicadas podem ser editadas.

Mas há diferenças bem maiores escondidas no código informático.

O Mastodon foi criado tendo por base os princípios do “código livre”, “transparência” e “descentralização”. Qualquer pessoa pode copiar, adaptar o código original do Mastodon e criar o seu próprio servidor. Qualquer utilizador – porventura insatisfeito com o serviço – pode pegar nos seus dados e seguidores, apagá-los e migrá-los para outro serviço que seja compatível.


O algoritmo é igual ao do Twitter?

Não. Todas as publicações aparecem por ordem cronológica no feed, em vez de algoritmo destacar alguma com mais interações.

Quem sustenta a plataforma?

Sem ter na retaguarda um bilionário capaz de financiar o alojamento de uma plataforma global, o Mastodon depende da boa-fé e identificação com os ideais do projeto para ter servidores. Há utilizadores individuais que disponibilizam os servidores pessoais, e pequenas comunidades, associações e empresas que suportam o custo de outros.

A ideia é que haja várias versões do Mastodon, aquilo a que chamam servidores, cujos utilizadores podem interagir uns com os outros, mesmo que em servidores diferentes.

Os servidores podem ser temáticos ou por regiões do mundo, por exemplo.

Consoante o tipo de servidor em que se quer inscrever, a admissão pode ser imediata ou pode ter de esperar para ter autorização de entrada.

Há servidores portugueses?

Um. O masto.pt. É aqui que já estão alguns milhares de portugueses, incluindo, por exemplo, a socialista Ana Gomes.

O que acontece se o servidor em que me registei for desligado?

A resposta é: depende. Se o servidor for um dos acreditados e verificados pela plataforma-mãe, está protegido.

Os proprietários desses servidores estão obrigados a dar um aviso de três meses aos utilizadores para que estes possam migrar os seus dados.

Mas se o servidor não for certificado, o utilizador pode mesmo perder todos os seus dados. É uma questão de confiança na comunidade.

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