Tempo
|
A+ / A-

Reino Unido

Liz Truss invoca “estabilidade” para cancelar cortes fiscais

17 out, 2022 - 14:38

A chefe do Governo comentava assim o anúncio feito esta segunda-feira pelo novo ministro das Finanças, Jeremy Hunt, sobre o cancelamento de quase todos os cortes fiscais prometidos por Truss durante a campanha.

A+ / A-

A primeira-ministra britânica, Liz Truss, defendeu, esta segunda-feira, a decisão de cancelar cortes fiscais, anunciados há três semanas, com a necessidade de “estabilidade” e um “novo rumo para o crescimento” económico.

"O povo britânico quer, com razão, estabilidade, razão pela qual estamos a responder aos sérios desafios que enfrentamos devido ao agravamento das condições económicas”, disse, através da rede social Twitter.

Truss defendeu que as medidas tomadas pretendem "traçar um novo rumo para o crescimento que apoie e alcance as pessoas em todo o Reino Unido”.

A chefe do Governo comentava assim o anúncio feito esta segunda-feira pelo novo ministro das Finanças, Jeremy Hunt, de cancelar quase todos os cortes fiscais prometidos por Truss durante a campanha para suceder a Boris Johnson.

Num anúncio realizado esta manhã, Hunt, que só foi nomeado na sexta-feira para substituir Kwasi Kwarteng, cancelou a redução fiscal de 20% para 19% do escalão mais baixo do imposto sobre os rendimentos [equivalente ao IRS], a isenção de IVA para turistas, congelamento das taxas sobre bebidas alcoólicas e reformas de impostos para trabalhadores independentes e sobre dividendos.

O Executivo já tinha sido forçado a recuar noutros cortes prometidos no "Plano de Crescimento” apresentado em 23 de setembro, devido à instabilidade nos mercados financeiros criada pelo impacto nas contas públicas.

Assim, o imposto sobre as empresas [equivalente ao IRC], afinal, vai aumentar de 19% para 25% em 2023 e o escalão máximo de 45% do imposto sobre os rendimentos [equivalente ao IRS] vai continuar para os contribuintes mais ricos, em vez de ser abolido.

“Vamos inverter quase todas as medidas fiscais anunciadas no plano de crescimento há três semanas que ainda não iniciaram a legislação no parlamento”, admitiu Hunt, numa tentativa de controlar o aumento da dívida pública.

“Numa altura em que os mercados estão a exigir, com razão, o compromisso com finanças públicas sustentáveis, não é correto pedir [dinheiro] emprestado para financiar este corte fiscal”, justificou.

Hunt adiantou ainda que o plano de congelamento dos preços de energia doméstica até 2024 será apenas garantido por seis meses, até abril de 2023, até ser encontrada "uma nova abordagem que custe ao contribuinte significativamente menos do que o previsto, assegurando ao mesmo tempo apoio suficiente para aqueles que precisarem”.

Do plano inicial apresentado em 23 de setembro no parlamento mantêm-se a redução da contribuição para a Segurança Social e um desconto no imposto sobre a compra de habitação [stamp duty] porque estes já começaram a ser legislados.

No total, Hunt antecipou que o cancelamento dos cortes fiscais vai permitir angariar mais cerca de 32.000 milhões de libras (37.000 milhões de euros) anualmente em receitas fiscais.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+