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Investigação

Portugal importou mais de 300 mil toneladas de petróleo e gás à Rússia desde o início da guerra

29 set, 2022 - 13:05 • Teresa Paula Costa

Cinco navios atracaram no Porto de Sines provenientes de portos russos desde 24 de fevereiro. Administração do Porto de Sines confirma e diz que Governo autorizou.

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Portugal importou mais de 300 mil toneladas de produtos petrolíferos da Rússia já depois do início da guerra na Ucrânia. A revelação foi feita esta quinta-feira pelo jornal Público, numa reportagem em colaboração com a Investigate Europe.

De acordo com o jornal, foram pelo menos cinco os navios que atracaram no Porto de Sines provenientes de portos russos, transportando gás natural liquefeito (GNL) para o depósito da REN, bem como outros derivados do petróleo, desde que as forças russas invadiram a Ucrânia a 24 de fevereiro.

Bruxelas já tinha definido sanções

“Quando isto aconteceu, já Bruxelas definia sanções contra este tipo de importações e que Portugal também ajudou de forma indireta o comércio internacional de produtos petrolíferos russos”, é indicado na reportagem

É ainda referido que “pelo menos seis barcos com bandeira portuguesa, de duas empresas com sede no Funchal, transportaram carvão entre portos russos e diversos países europeus” e que, neste caso, “Portugal é apenas a morada da empresa que administra os navios".

Administração do Porto de Sines confirma

“A Administração do Porto de Sines confirma que os cinco navios que constam da base de dados analisada pela Investigate Europe aportaram, de facto, em Portugal após o início da guerra na Ucrânia.

Contudo, garante que "todos os navios são alvo de escrutínio ao abrigo do pacote de sanções à Federação Russa disposto no Regulamento (EU) 2022/576 do Conselho de 8 de Abril de 2022".

Governo terá autorizado

Em resposta escrita às questões do jornal Público, a administração portuária não quis revelar quem eram os compradores do gás e petróleo que ali foi desembarcado.

No entanto, salientou que verificou “se existem restrições legais que impossibilitem a receção do navio no porto de Sines” e que isso mereceu um “parecer formal por parte das autoridades nacionais com competência na matéria”, ou seja, o Governo.

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