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Guerra na Ucrânia

Kremlin confirma anexação de quatro regiões da Ucrânia

29 set, 2022 - 11:38 • Lusa com Redação

Porta-voz do Presidente russo diz que os quatro territórios serão incorporados na Federação numa cerimónia marcada para sexta-feira no Kremlin.

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O Kremlin anunciou esta quinta-feira que as quatro regiões da Ucrânia que realizaram referendos sobre a adesão à Rússia serão incorporadas no país na sexta-feira.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, adiantou que o Presidente russo, Vladimir Putin, participará numa cerimónia em que as regiões se tornarão oficialmente russas, com base em referendos não reconhecidos pelo Ocidente.

Peskov disse aos jornalistas que os líderes das quatro regiões - Donetsk, Luhansk, Zaporíjia e Kherson, onde as votações terminaram na terça-feira - assinarão os tratados para se juntarem à Rússia durante a cerimónia de sexta-feira no Kremlin.

A Ucrânia e o Ocidente consideram os referendos uma farsa.

A anexação oficial já era esperada após a votação nas áreas sob ocupação russa na Ucrânia, cujos habitantes, alegou Moscovo, apoiavam esmagadoramente a anexação formal destes territórios pela Rússia.

Ontem, o Ministério da Defesa do Reino Unido já tinha alertado para a iminência desta anexação.

Os Estados Unidos e os seus aliados ocidentais condenam os referendos, classificando-os como uma farsa e prometendo nunca reconhecer os seus resultados.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse ontem que os referendos de anexação organizados por Moscovo nas regiões ucranianas foram ilegais e os resultados manipulados.

"Trata-se de uma nova violação à soberania e à integridade territorial da Ucrânia, no contexto de violações sistemáticas dos direitos humanos", disse Borrell através de uma mensagem difundida pela rede social Twitter.

"Nós saudamos a coragem dos ucranianos que continuam a opor-se e a resistir à invasão russa" acrescentou o chefe da diplomacia do bloco europeu.

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, juntou-se hoje às outras autoridades ocidentais para denunciar os referendos, dizendo em conferência de imprensa:

“Sob ameaças e, por vezes, até sob a mira de armas, as pessoas estavam a ser retiradas das suas casas ou locais de trabalho para votarem em urnas de vidro.”

“Isso é o oposto de eleições livres e justas (…). Isso é o oposto da paz. É a paz ditada. Enquanto este ditame russo prevalecer nos territórios ocupados da Ucrânia, nenhum cidadão está seguro. Nenhum cidadão é livre”, afirmou a ministra alemã.

As administrações instaladas por Moscovo nas quatro regiões do sul e leste da Ucrânia alegaram na noite de terça-feira que 93 por cento dos votos na região de Zaporijia apoiaram a anexação, assim como 87% na região de Kherson, 98% na região de Lugansk e 99% em Donetsk.

A Ucrânia também classificou os referendos como ilegítimos, dizendo que tem todo o direito de retomar os territórios.

Em 2014, a Rússia já tinha usado o resultado de um referendo realizado sob ocupação militar para legitimar a anexação da península ucraniana da Crimeia, no Mar Negro.

[atualizado às 12h05]

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  • Cidadao
    29 set, 2022 Lisboa 18:01
    Da Rússia, nada de novo. É a Ucrânia continuar a ofensiva para libertar as regiões porque guerra já existe e a Rússia está a perder. E duvida-se muito que use armas nucleares. É ir para cima deles, Ucrânia!

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