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Operação Dart

NASA envia sonda para alterar trajeto de asteroide

26 set, 2022 - 16:45 • Rosário Silva

Nem o asteroide está a caminho da Terra, nem a missão o colocará nessa posição. Trata-se apenas de um teste a realizar às 00h14, de Portugal, desta terça-feira.

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A sonda Dart, que a NASA, agência espacial norte-americana, enviou para o espaço para ensaiar a possibilidade de desviar corpos rochosos da órbita da Terra, está a poucas horas de embater num asteroide.

A missão, denominada Double Asteroid Redirection Test (Dart), que em português se pode traduzir como “Teste de Redireccionamento de Asteroide Duplo”, acontece esta terça-feira, quando o relógio em Portugal, marcar 14 minutos depois da meia-noite.

A demonstração, que se realiza a cerca de 11 milhões de quilómetros de distância da Terra, pretende aferir a capacidade para alterar a trajetória do asteroide, caso, no futuro, situação semelhante viesse a constituir perigo para o Planeta.

Dimorphos, o alvo a atingir pela sonda, a uma velocidade que ultrapassa os 20 mil quilómetros por hora, segundo a NASA, não está no caminho para atingir a Terra, nem a missão a levar a cabo, o colocará nessa posição.

Ao ser atingido propositadamente, a NASA espera impulsioná-lo para uma órbita menor, reduzindo em alguns minutos o tempo necessário para alterar a sua órbita em torno de Didymos, um outro asteroide de maiores dimensões.

Atualmente, Dimorphos demora cerca de 11 horas e 55 minutos a fazer o círculo de Didymos. Espera-se que o impacto altere o impulso do objeto mais pequeno, de modo que o período orbital seja reduzido para um valor na ordem das 11 horas e 45 minutos. Situação que só será confirmada com medições telescópicas previstas para as próximas semanas e meses.

A agência espacial norte-americana está entusiasmada e promete recolher imagens espetaculares da sonda à medida que avança para o impacto.

"Dart é a primeira missão de teste de defesa planetária a demonstrar a corrida de uma nave espacial a um asteroide para mover a posição desse asteroide tão ligeiramente no espaço", explicou Nancy Chabot do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, que lidera esta missão.

"Este é o tipo de coisa, se fosse necessário, que se faria com anos de antecedência para dar um pequeno empurrão ao asteroide para mudar a sua posição futura, para que a Terra e o asteroide não estivessem em rota de colisão", acrescentou à BBC News.

[Notícia atualizada às 15h12 de 27 de setembro de 2022]

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