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Arrancam referendos sobre anexação em regiões ocupadas pela Rússia

23 set, 2022 - 07:29

Anúncio oficial de realização dessas consultas populares foi feito num discurso à nação proferido, na quarta-feira, pelo Presidente russo.

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Os referendos sobre a adesão dos territórios ucranianos de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson à Federação russa começam esta manhã e decorrem até 27 de setembro.

Os parlamentos das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, reconhecidas pelo Kremlin a 21 de fevereiro passado, convocaram um referendo de integração na Rússia entre hoje e 27 de setembro, ao qual se juntaram as regiões de Kherson e Zaporíjia, parcialmente sob domínio russo.

O anúncio oficial de realização dessas consultas populares para anexação dos territórios ucranianos sob ocupação russa foi feito num discurso à nação proferido, na quarta-feira, pelo Presidente russo, juntamente com o da mobilização de 300 mil reservistas russos para combater na Ucrânia e de uma ameaça velada de utilização de armas nucleares contra o Ocidente.

De imediato surgiram críticas dos países ocidentais e organizações internacionais ao discurso de Putin, que classificaram como uma nova tentativa de escalada do conflito por parte do chefe de Estado russo.

Guterres fala em violação da carta da ONU

O secretário-geral da ONU, António Guterres, também se pronunciou sobre tais declarações, afirmando-se “profundamente preocupado” com os planos de Moscovo de efetuar referendos sobre a adesão de territórios ucranianos ocupados à Federação russa.

Numa reunião do Conselho de Segurança realizada na quarta-feira, Guterres sublinhou que "qualquer anexação do território de um Estado por outro Estado resultante da ameaça ou uso da força é uma violação da Carta da ONU e do direito internacional".

A convocação destas consultas populares nos territórios ocupados pelas forças russas segue-se ao referendo de adesão à Rússia realizado em 2014 pelas autoridades russófonas na Crimeia e cujo resultado legitimou a anexação da península por Moscovo.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,4 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa – justificada por Putin com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

Comentários
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  • Ironic Master
    24 set, 2022 Mundial 09:54
    Russos a viver na Ucrânia, em vez de fazerem as malas e irem para a sua bem amada Mãe-Rússia, organizam uma fantochada de referendo para uma anexação pela força das armas. É melhor termos cuidado com os russos que temos por cá: ainda se queixam ao Putin de que há demasiados falantes de Português, cá em Portugal
  • A canalha russa
    23 set, 2022 Tem de pagar 20:30
    Quero ver o que a canalha russa vai fazer quando a Ucrânia se aprestar a recuperar militarmente esse território ucraniano. Vão largar a Bomba atómica? É que em termos convencionais, estão a perder e forte e feio. Se a canalha russa usar meios de destruição maciça, será ultrapassada a última linha vermelha e não bastarão sanções ou declarar a russia estado pária, terá de haver estado de guerra entre a russia e o Ocidente, ou no mínimo aquilo que faltou desde o início: uma zona de exclusão aérea e sobretudo tropas NATO na Ucrânia, face a face com a canalha Russa.
  • Digo
    23 set, 2022 Eu 08:50
    Esses referendos feitos pela Rússia num país e território que não é dela, só servem para embrulhar peixe. E se a ideia Russa é vir alegar depois que "o território russo está a ser atacado", temos pena. Que vão eles fazer? Combater? Já está a ser feito. Armas químicas, nucleares ou bacteriológicas? Além do território ficar inabitável para todos, a Russia passava a ser a peste e até India e China se punham a milhas. Até porque a NATO teria um pretexto para por unidades especializadas, em território Ucraniano, e atacar unidades NATO, tem um preço diferente de atacar o exército Ucraniano.

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