20 set, 2022 - 16:29 • Redação
Depois de ter passado mais de 20 anos na prisão, Adnan Syed, de 41 anos, vai ser libertado e vai ficar em prisão domiciliária, com uma pulseira eletrónica.
Em 1999, Syed foi condenado a prisão perpétua por assassinar a ex-namorada Hae Min Lee, mas defendeu sempre a sua inocência. A jovem teria sido estrangulada e enterrada num parque em Baltimore.
Agora, a juíza Melissa Phinn, do tribunal de Baltimore, decidiu que o Estado violou a obrigação legal de compartilhar provas com a defesa do arguido.
A procuradora Marilyn Mosby apresentou uma moção de anulação do veredicto, explicando que tinha dúvidas sobre a culpabilidade de Adnan Syed, e na qual pedia a sua libertação.
"No interesse da justiça e da equidade, a moção é aceite e o réu será libertado", disse a juíza Melissa Phinn.
A procuradora Mosby explicou que descobriu a existência de "dois suspeitos alternativos", uma informação crucial que não foi explorada na época e que não foi comunicada à defesa antes do julgamento.A procuradora salientou, contudo, que a justiça "ainda não declarou Adnan Syed inocente"e que terá de aguardar os resultados de análises de ADN adicionais antes de decidir se retira as acusações ou promove um novo julgamento. Caberá ao Estado decidir se vai avançar uma data para novo julgamento ou se o caso será arquivado.
A história de Adnan Syed ficou conhecida mundialmente através do podcast "Serial". Em 2014, uma equipa de jornalistas realizou uma contra investigação que é contada em 12 episódios e que inspirou um documentário da HBO.
O trabalho apresentado em "Serial" levou à reabertura do caso em março de 2018, quando um tribunal de Maryland ordenou um novo julgamento, concluindo que o advogado tinha prestado uma "assistência ineficaz" ao seu cliente.