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Zelensky acusa Rússia de "assassínios" e "tortura" em Izium

16 set, 2022 - 17:39 • Lusa

Autoridades ucranianas desenterraram corpos, alguns deles com marcas de tortura, num cemitério, numa zona recentemente recapturada às forças russas.

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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou hoje as forças russas de "assassínios" e "torturas", depois de centenas de túmulos terem sido descobertos numa floresta perto de Izium, cidade recentemente recuperada pelas forças de Kiev.

"A Rússia provoca apenas morte e sofrimento. Assassinos. Torturadores. Privados de tudo o que é humano", disse Zelensky na sua conta da rede social Telegram, prometendo uma "punição terrivelmente justa".

"Bucha, Mariupol, agora, infelizmente, Izium. A Rússia (...) deve ser responsabilizada", prometeu o líder ucraniano.

Hoje, as autoridades ucranianas desenterraram corpos, alguns deles com marcas de tortura, num cemitério, numa zona recentemente recapturada às forças russas.

Cavando na chuva, trabalhadores retiraram corpo após corpo do solo arenoso numa floresta de pinheiros perto de Izium, onde as autoridades dizem estar 445 sepulturas.

As forças ucranianas conseguiram acesso ao local depois de terem recapturado Izium, bem como grande parte da região de Kharkiv, numa contra-ofensiva contra o Exército russo.

Alguns dos corpos foram encontrados com as mãos amarradas nas costas e cordas no pescoço, disse o procurador-chefe da região, Oleksandr Filchakov, admitindo que outras provas de tortura foram igualmente descobertas noutros lugares.

Autoridades ucranianas disseram que também encontraram evidências de tortura em outros lugares da região.

Testemunhas e um investigador ucraniano disseram que alguns foram baleados e que outros foram mortos por fogo de artilharia, minas ou ataques aéreos.

A agência de Direitos Humanos da ONU já disse que vai investigar as mortes.

As autoridades acreditam que a maioria das pessoas enterradas sejam civis, mas havia pelo menos uma vala comum onde foram descobertos 17 soldados ucranianos.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa - justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

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