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"Atitude imoral e blasfema". Kremlin critica exclusão de representantes russos do funeral de Isabel II

15 set, 2022 - 22:14 • Lusa

Porta-voz da diplomacia de Moscovo, Maria Zakharova, condena tentativa britânica de "utilizar a tragédia nacional que tocou o coração de milhões de pessoas em todo o mundo para fins geopolíticos, para acertar contas com o nosso país".

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A Rússia condenou esta quinta-feira a atitude "imoral" e "blasfema" do Reino Unido por ter decidido não convidar qualquer representante russo para as exéquias da rainha Isabel II, na segunda-feira, devido às tensões diplomáticas entre os dois países.

"Consideramos esta tentativa britânica de utilizar a tragédia nacional que tocou o coração de milhões de pessoas em todo o mundo (a morte da rainha Isabel II), para fins geopolíticos, para acertar contas com o nosso país (...), profundamente imoral", lamentou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, num comunicado.

"É particularmente blasfemo em relação à memória de Isabel II", acrescentou Zakharova.

Além da Rússia, também a Bielorrússia e Myanmar foram excluídas da lista de convidados para as cerimónias fúnebres da monarca britânica, que morreu a 08 de setembro, aos 96 anos e após mais de 70 de reinado, no castelo de Balmoral, na Escócia.

Por seu lado, um grupo de deputados britânicos sancionados pela China escreveu às autoridades do Reino Unido expressando preocupação pelo facto de o Governo chinês ter sido convidado para o funeral de Estado de Isabel II.

O deputado conservador Tim Loughton disse hoje à estação de televisão pública britânica BBC que o convite à China devia ser retirado, invocando as violações dos direitos humanos do país e o tratamento dado à minoria uigur na região de Xinjiang, no extremo ocidental do país.

O Reino Unido "não pode, de forma alguma, ter representantes oficiais do Governo chinês a participar num acontecimento tão importante", sustentou.

O embaixador chinês no Reino Unido foi proibido de entrar no parlamento britânico depois de Pequim ter, no ano passado, sancionado sete membros da Câmara dos Comuns devido à respetiva posição sobre a China.

Não se sabe ainda se o Presidente chinês, Xi Jinping, que hoje está reunido com o Presidente russo, Vladimir Putin, numa cimeira no Uzbequistão, marcará presença no funeral de Estado que se realiza na segunda-feira.

Notícias na imprensa chinesa sugerem que poderá ser o vice-presidente chinês, Wang Qishan, a representar o país no funeral da monarca com o mais longo reinado da história britânica (70 anos e 214 dias), e o segundo mais longo do mundo, só atrás do rei francês Luís XIV.

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  • Digo
    16 set, 2022 Eu 13:24
    E não se deviam ficar pela proibição da canalha Russa: deviam juntar proibição à canalha da Coreia do Norte, Síria, China, e só não acrescento a dúbia Índia porque fazem parte lá da commonwelth. E tem uma certa piada - sem graça - ouvir a Rússia País criminoso e fomentador de guerra, falar em "imoral" e "blasfemo"...

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