Angola. MPLA lidera resultados provisórios, mas com derrota histórica na capital

Os resultados provisórios das eleições angolanas, após contabilizados mais de 86% dos votos, mostram que o partido no poder, o MPLA, conquistou mais votos que a oposição, segundo o último balanço da Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

Contudo, na capital, Luanda, a UNITA segue à frente na contagem de votos, o que marca uma derrota histórica do Movimento Popular de Libertação de Angola.

A CNE disse que o MPLA, que está no poder há quase cinco décadas, obteve 52,08% dos votos, contra 42,98% para o principal partido da oposição, a UNITA.

Seguem-se o PRS com 1,18%, o FNLA com 1,07%, o PHA com 1,02%, a CASA-CE com 0,73%, o APN com 0,48% e o P-NJANGO com 0,42%.

Esta quinta-feira de manhã estavam escrutinados 86,41% dos votos no país, anunciou o porta-voz da comissão.

No total, concorreram formações políticas, sete partidos e uma coligação de partidos, que tentam conquistar o voto espalhado pelos 14,4 milhões de eleitores das mais de 13 mil assembleias de voto no país e na diáspora.

O processo eleitoral, que tem cerca de 1.300 observadores nacionais e internacionais, tem sido criticado pela oposição e acusado de ser pouco transparente.

UNITA pondera impugnar eleições

Em declarações à TSF, a vice-líder do grupo parlamentar da UNITA afirma que o partido não descarta a hipótese de impugnar as eleições.

Segundo Mihaela Webba, os dados dos resultados, pelo menos, em Luanda, "não correspondem à realidade". Por isso, o partido pondera "claramente" impugnar as eleições.

MPLA diz que litigância se faz nos tribunais

O MPLA defendeu que se deve esperar "serenamente" os resultados definitivos das eleições de quarta-feira em Angola e que a litigância se faz nos tribunais, numa reação à contestação da UNITA aos resultados provisórios.

"Devemos todos esperar os resultados definitivos da CNE e a litigância ou o litígio faz-se nos tribunais. Vamos aguardar serenamente os resultados, como já tem sido tradição em Angola", disse à Lusa João Pinto, vice-presidente da bancada parlamentar do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no poder em Angola.

Nas eleições de 2017, o MPLA venceu com 61,05% e 150 deputados. A UNITA não foi além dos 26,7% e 51 parlamentares numa Assembleia Nacional com 220 assentos.

[atualizado às 13h]