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Guerra na Ucrânia

Cerca de 1.000 milhões de euros. EUA anunciam maior pacote de armamento para a Ucrânia

08 ago, 2022 - 21:05 • Lusa

Novo material inclui novos lança-foguetes, munições de artilharia, sistemas de morteiros, lança-mísseis antitanque Javelin e outras munições e equipamento.

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Os Estados Unidos anunciaram esta segunda-feira um pacote de fornecimento de armas à Ucrânia avaliado em mil milhões de dólares (982 milhões de euros), o maior até hoje, incluindo lança-foguetes, munições e outro armamento proveniente das reservas do Departamento da Defesa.

O anúncio sobre o envio de um novo e massivo carregamento de armas para as forças de Kiev surge num momento em que analistas indicam uma movimentação de tropas e equipamento das forças russas em direção a cidades portuárias do sul do país, com o objetivo de enfrentar uma anunciada contraofensiva ucraniana, que ainda não se concretizou.

O novo material incluiu novos lança-foguetes múltiplos High Mobility Artillery Rocket Systems (HIMARS), milhares de munições de artilharia, sistemas de morteiros, lança-mísseis antitanque Javelin e outras munições e equipamento.

Comandantes militares e outros responsáveis oficiais norte-americanos citados pela agência noticiosa Associated Press (AP) consideram que os HIMARS e os sistemas de artilharia têm sido cruciais para impedir que as forças russas conquistem mais território nas zonas de conflito.

Este último anúncio eleva para nove mil milhões de dólares (8,8 mil milhões de euros) o total da ajuda militar fornecida à Ucrânia pela administração do Presidente Joe Biden desde a invasão militar russa em 24 de fevereiro.

"Em cada fase do conflito, estamos focados em fornecer aos ucranianos aquilo que necessitam, dependendo da evolução das condições no campo de batalha", indicou Colin Kahl, subsecretário da Defesa para assuntos políticos, ao anunciar o novo carregamento.

Até ao momento, o maior pacote de armamento norte-americano para as forças ucranianas, anunciado em 15 de junho, ascendia a mil milhões de dólares, mas incluía 350 milhões de dólares provenientes de uma autorização especial do Presidente ('drawdown authority'), e outros 650 milhões de dólares sob a Iniciativa de Assistência e Segurança para a Ucrânia.

O pacote anunciado permite que os sistemas de armamento e outro equipamento sejam entregues de forma mais rápida, pelo facto de serem provenientes dos armazenamentos do Ministério da Defesa.

Em paralelo, o Banco Mundial anunciou esta segunda-feira uma ajuda suplementar de 4,5 mil milhões de dólares (4,4 mil milhões de euros) provenientes de fundos também fornecidos pelos Estados Unidos, com o objetivo de ajudar o Governo de Kiev a enfrentar "necessidades urgentes motivadas pela guerra".

Em comunicado, o Banco Mundial precisou que esta ajuda suplementar vai permitir ao Governo e autoridades locais assegurarem as despesas sociais, as pensões ou as relacionadas com o setor da saúde.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 17 milhões de pessoas de suas casas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de dez milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 16 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que está a responder com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

A ONU confirmou que 5.401 civis morreram e 7.466 ficaram feridos na guerra, que entrou esta segunda-feira no seu 166.º dia, sublinhando que os números reais deverão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

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  • Cidadao
    09 ago, 2022 Lisboa 11:23
    A 3.ª Guerra já começou: temos guerra híbrida, temos guerra cibernética, temos guerra de espionagem, temos bloqueios, temos guerra económica e temos guerra no terreno - de momento confinada à martirizada Ucrânia, mas que se a Rússia passar, chegará a outros países neste parque geriátrico chamado Europa. É preciso rechaçar os Ivans, e já que os Ucranianos são os únicos que estão a sujar as mãos, convém que não lhes faltem armas e balas...

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