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Suécia e Finlândia na NATO. Aliados vão ter "mais Rússia" nas suas fronteiras

30 jun, 2022 - 12:04 • Lusa

A Rússia partilha uma fronteira terrestre de 1.340 quilómetros com a Finlândia e uma fronteira marítima com a Suécia.

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O presidente do Parlamento russo, Vyacheslav Volodin, avisou esta quinta-feira que a NATO terá "mais Rússia" nas suas fronteiras com a adesão da Suécia e da Finlândia, em vez do contrário, numa resposta ao secretário-geral da Aliança.

"Jens Stoltenberg diz que a Rússia terá mais NATO nas suas fronteiras. Ele regozija-se demasiado cedo. Não estudou geografia na escola. Se a Finlândia e a Suécia aderirem ao bloco da NATO, haverá mais Rússia nas suas fronteiras”, escreveu Volodin na rede social Telegram, citado pela agência russa TASS.

A Rússia partilha uma fronteira terrestre de 1.340 quilómetros com a Finlândia e uma fronteira marítima com a Suécia.

Após o acordo que permitiu ultrapassar o veto da Turquia, Stoltenberg afirmou, na terça-feira, em Madrid, que a esperada adesão da Suécia e da Finlândia à NATO significará que a Rússia terá mais países vizinhos pertencentes à Aliança.

Stoltenberg recordou, na altura, que o Presidente russo, Vladimir Putin, tinha exigido à NATO garantias de que a organização não se expandiria a Leste e, em concreto, que nunca admitiria a Ucrânia como membro.

Antes de ordenar a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro, Putin exigiu também que a NATO retirasse as suas forças para as fronteiras anteriores à adesão de países que integraram a antiga União Soviética.

“É preciso lembrar que, em dezembro do ano passado, o Presidente Putin propôs os chamados ‘tratados de segurança’ para serem assinados com a NATO, em que uma das mensagens mais importantes era de que estava contra qualquer alargamento da NATO. Ele queria menos NATO: agora, está a ter mais NATO às suas portas”, disse Stoltenberg em Madrid.

Stoltenberg disse ainda que a Rússia deve respeitar a “decisão soberana” de cada Estado de aderir a alianças internacionais e “escolher o seu próprio caminho”.

Os líderes da NATO formalizaram, na quarta-feira, o convite à Finlândia e à Suécia para se tornarem membros da Aliança Atlântica, um dia depois de a Turquia ter levantado o seu veto na sequência de um memorando trilateral assinado em Madrid.

“A adesão da Finlândia e da Suécia vai aumentar a segurança dos dois países, fortalecer a NATO e tornar a região euro-atlântica mais segura”, disseram os líderes da Aliança Atlântica num comunicado.

“A segurança da Finlândia e da Suécia é de importância direta para a Aliança, incluindo durante o processo de adesão”, acrescentaram.

Em reação, Putin avisou que a Rússia responderá na mesma medida se a adesão dos dois países nórdicos implicar o estacionamento de tropas e armamento dos aliados nos respetivos territórios.

À entrada hoje para a cimeira, a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, desvalorizou declarações de Putin.

“Putin está sempre a ameaçar, não é nada de novo”, comentou Kallas.

“Claro que temos de esperar algum tipo de surpresas de Putin, mas duvido que ataque diretamente a Suécia ou a Finlândia”, acrescentou.

A esperada adesão da Suécia e da Finlândia é uma das consequências da invasão russa da Ucrânia, que levou os dois países nórdicos a formular uma candidatura em meados de maio.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) conta atualmente com 30 membros, incluindo Portugal, um dos países fundadores da aliança militar, em 1949.

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  • Cidadao
    30 jun, 2022 Lisboa 12:25
    Alguns factos: a Rússia não manda na politica de alguns Países soberanos que não estão para aí virados, a não ser que os invada e conquiste, o que atendendo ao que se está a ver na Ucrânia, sem recurso a armas nucleares táticas, é mais fácil de dizer que de fazer, mesmo para a Rússia. Depois, a palavra e os tratados assinados por Putin em nome da Rússia, neste momento valem ZERO e só servem para embrulhar peixe. Em seguida, ameaças vindas de Putin ouvimo-las nós todos os dias e a todas as horas, logo mais uma menos uma, já não aquece nem arrefece. Putin não quer reconhecer que meteu a pata na poça quando invadiu a Ucrânia. Problema dele.

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