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Presidente polaco. Telefonar a Putin para falar da guerra seria o mesmo que ligar a Hitler

09 jun, 2022 - 10:18 • Redação com Reuters

Para Andrzej Duda, tais discussões só legitimam uma guerra ilegal na Ucrânia.

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O Presidente polaco apontou o dedo aos líderes da França e da Alemanha, fazendo referência aos seus telefonemas ao Presidente russo, ironizando que será o mesmo que conversar com Adolf Hitle durante a Segunda Guerra Mundial, revela o jornal alemão "Bild".

Tanto o chanceler alemão, Olaf Scholz, como o Presidente francês, Emmanuel Macron, já mantiveram conversações telefónicas com Vladimir Putin desde o momento em que a Rússia lançou a ofensiva contra a Ucrânia. Mas o líder francês, em particular, motivou algum descontentamento ao dizer que a Rússia não deveria ser "humilhada", de modo a preservar as hipóteses de uma solução diplomática.

Andrzej Duda, numa entrevista ao jornal alemão (publicada pela primeira vez no seu canal YouTube na quarta-feira), disse que tais discussões só legitimam uma guerra ilegal na Ucrânia.

"Alguém falou assim com Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial?", questionou.

"Alguém disse que Adolf Hitler tinha de salvar a imagem? Que devíamos proceder de tal forma que não fosse humilhante para Adolf Hitler?”, insistiu.

O conflito na Ucrânia, descrito por Moscovo como uma "operação militar especial" para acabar com as ameaças à sua segurança e desnazificar o Leste da Ucrânia, já devastou cidades inteiras e vitimou milhares de civis.

Nesta altura, a cidade de Severodonetsk (Leste da Ucrânia) é onde têm ocorrido os principais combates. O Exército russo procura conquistar todo o Donbass, importante região industrial e com recursos minerais, parcialmente nas mãos de separatistas pró-russos desde 2014.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de quase 15 milhões de pessoas de suas casas — mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,9 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

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  • Cidadao
    09 jun, 2022 Lisboa 13:02
    O Presidente Polaco, tem 100% de razão. Na melhor das hipóteses, Putin só conversará, e mesmo aí quererá que sejam nos termos dele, se a ofensiva russa cair num impasse e num contra-ataque, o exercito Ucraniano começar a retomar território e a empurrar os Russos para fora da Ucrânia. Até lá, a ideia russa de "negociações" é a Ucrânia aceitar a atual situação e ceder uma extensão de território que é "apenas e só" metade da Itália e cheia de minerais e infraestruturas industriais, ou seja "o melhor bocado da Ucrânia". Numa segunda ofensiva, depois de reorganizar as forças, a Rússia virá "buscar o resto". Scholz e Macron, sobretudo este último que tem uma longa lista de alinhamentos com Putin, querem é a "Paz" a todo o custo, leia-se a "Paz" a expensas da Ucrânia, para retomar negócios com a Rússia. Se fosse a Zelensky não me fiava muito neles, sobretudo em Macron.
  • António
    09 jun, 2022 Porto 12:19
    Sim, boa fala do presidente polaco. Afinal o arqui-bilionário e ditador (como tem tempo para as duas coisas?) teima em ser sósia do paranóico e desgraçado "fuhrer".

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