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Diário de Guerra

Dia 102. Rússia volta a atacar Kiev e batalha de Severodonetsk continua acesa

05 jun, 2022 - 22:22 • João Carlos Malta

O Presidente Vladimir Putin alertou o Ocidente que a Rússia atacará novos alvos se os Estados Unidos começarem a fornecer à Ucrânia mísseis de longo alcance.

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Neste domingo, a Rússia voltou a atacar a capital da Ucrânia, Kiev, com mísseis. Foi a primeira vez em mais de mês depois da último bombardeamento.

Uma coluna de fumo escuro pode ser vista a muitos quilómetros de distância após o ataque a dois distritos periféricos de Kiev.

"O Kremlin recorre a novos ataques insidiosos. Os ataques de mísseis de hoje em Kiev têm apenas um objetivo - matar o maior número possível de pessoas", escreveu nas redes sociais o assessor presidencial ucraniano Mikhailo Podolyak.

A Rússia concentrou as forças militares nas últimas semanas na pequena cidade industrial oriental de Severodonetsk , realizando uma das maiores batalhas terrestres da guerra numa tentativa de capturar uma das duas províncias orientais - Luhansk e Donetsk - que reivindica em nome dos representantes separatistas.

Depois de recuar constantemente na cidade nos últimos dias, a Ucrânia montou um contra-ataque, que terá apanhado os russos de surpresa. Depois de recapturar uma parte da cidade, as forças ucranianas controlam metade de Severodonetsk e continuam a empurrar os russos, disse Serhiy Gaidai, governador da província de Luhansk, que inclui Severodonetsk .

De acordo com os números mais recentes divulgados pelo Parlamento ucraniano, 262 crianças foram mortas e 467 ficaram feridas desde o início da invasão russa em Fevereiro.

Entretanto, e num dia que a Ucrânia falhou o apuramento para o Mundial do Catar, oO presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, autorizou a federação de futebol daquele país a preparar o regresso das competições profissionais, paradas desde a ofensiva militar da Rússia, lançada em 24 de fevereiro, com o início apontado para agosto.

"Falei com o nosso presidente, Volodymyr Zelenskiy, sobre o grande poder do futebol para ajudar as pessoas a pensar no futuro, porque todos estão focados na guerra. Por isso, tomámos a decisão com o presidente de retomar o campeonato ucraniano em agosto", revelou Andriy Pavelko, presidente da federação ucraniana de futebol, em entrevista à agência Associated Press (AP).

O dirigente adiantou que vão ser reatadas as competições profissionais em todos os níveis: primeira, segunda e terceira divisões masculinas, bem como a primeira divisão feminina.

Antes, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, advertiu que Moscovo atacará novos alvos se o Ocidente fornecer mísseis de longo alcance à Ucrânia, dizendo que as atuais entregas de armas têm por objetivo "prolongar o conflito".

“Tiraremos as conclusões apropriadas e utilizaremos as nossas armas (...) para atacar locais que até agora não visámos", afirmou o líder russo, citado por agências noticiosas do país, sem especificar, porém, quais os alvos que poderiam estar em causa.

Esta mensagem surge no dia em que voltaram a verificar-se ataques em Kiev, com o presidente da câmara da capital ucraniana a afirmar que várias explosões abalaram a cidade esta manhã.

Neste domingo, o Papa Francisco lançou um novo apelo aos responsáveis das nações para terminar com o pesadelo da guerra.

“A cem dias da invasão armada da Ucrânia, caiu novamente sobre a humanidade o pesadelo da guerra, que é a negação do sonho de Deus”, afirmou Francisco, no final da oração Regina Coeli.

Preocupado com a fúria destruição da morte que “enfurece ainda mais” e com “as contraposições se inflamam e alimentam uma escalada sempre mais perigosa para todos”, Francisco deixou um o forte apelo aos líderes das nações: “Não levem a humanidade à ruína, por favor. Escutem o grito desesperado da gente que sofre. Parem com a macabra destruição de cidades e aldeias em todo o lado."

Comentários
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  • Digo eu
    06 jun, 2022 Mundo 15:26
    Num Mundo Perfeito, Zelensky e Putin conversariam e não teria havido guerra. Como não vivemos num Mundo Perfeito, a guerra veio e neste ponto, não percebo porque é que a Russia pode bombardear a Ucrãnia e o Ocidente não dá meios para a Ucrãnia ripostar e bombardear Moscovo. Uma escalada brutal, e com armas nucleares? Brutal já está a guerra e armas nucleares só ainda não foram usadas porque a NATO reagiria e os efeitos se propagariam também a território Russo. Ou seja, não tem nada a ver com um hipotético bombardeamento a Moscovo, mas sim com a falta de coluna vertebral no Ocidente. Por isso, toca a rechaçar os Ivans para o lado deles da fronteira e depois a cada míssil que lancem contra a Ucrânia, lancem 2 contra a Rússia.

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