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EUA denunciam perseguição a minorias religiosas na China, Afeganistão e Arábia Saudita

02 jun, 2022 - 22:05 • Lusa

"Relatório mostra que temos muito trabalho a fazer em muitas partes do mundo, onde os Governos não respeitam os direitos dos seus cidadãos. Alguns continuam a usar leis contra blasfémia e apostasia", referiu o secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken.

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O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, apresentou esta quinta-feira o relatório anual sobre liberdade religiosa no mundo, que denuncia perseguições contra minorias religiosas na China, Afeganistão, Birmânia e na Arábia Saudita, um importante aliado de Washington.

"Infelizmente, o relatório mostra que temos muito trabalho a fazer em muitas partes do mundo, onde os Governos não respeitam os direitos dos seus cidadãos. Alguns continuam a usar leis contra blasfémia e apostasia", lamentou Blinken numa conferência de imprensa sem direito a perguntas.

Em concreto, o líder da diplomacia norte-americana denunciou que a China "continua o seu genocídio" contra líderes muçulmanos e outros grupos religiosos, e deu como exemplo que mais de um milhão de pessoas foram detidas em campos de internamento na província de Xinjiang.

Blinken assegurou que o Governo chinês "assedia" religiões que estão "fora da doutrina" do Partido Comunista, e denunciou que até locais de culto budistas tibetanos, cristãos islâmicos e taoistas foram destruídos.

O secretário de Estado também disse que a liberdade religiosa no Afeganistão "deteriorou-se dramaticamente" desde que os talibãs assumiram o poder no ano passado após a retirada dos EUA, já que o acesso das mulheres à educação e ao trabalho foi limitado.

Blinken também lembrou que em março o Departamento de Estado classificou como genocídio os ataques do exército birmanês à comunidade muçulmana rohingya em 2017.

O governante norte-americano referiu-se ainda a um aliado histórico do país, a Arábia Saudita, cujas "recentes tentativas de aumentar o diálogo inter-religioso" aplaudiu, mas lamentando que "na prática, permaneça ilegal qualquer religião que não o islamismo".

Além disso, considerou que todos os países, incluindo os Estados Unidos e as nações europeias, têm de "fazer mais" para combater "as formas crescentes de ódio" contra judeus e muçulmanos.

Blinken aplaudiu os esforços de alguns países, como Marrocos, onde disse que existem iniciativas para renovar o património judaico; Taiwan, onde se pode denunciar os empregadores que não permitiam um dia de descanso semanal para assistir a um serviço religioso, ou Iraque, onde o Papa Francisco fez uma visita no ano passado.

"Os Estados Unidos continuarão a defender a liberdade religiosa no mundo. Continuaremos a trabalhar em todos os lugares, com Governos, organizações multilaterais e sociedade civil para alcançá-la", concluiu Blinken.

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