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Rússia alarga ano letivo a Mariupol para introduzir "currículo russo"

26 mai, 2022 - 10:59 • Lusa

O ano letivo termina no dia 1 de setembro. Autoridades ucranianas acusam Moscovo de tentar "desucranizar" as crianças do país.

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As novas autoridades russas estabelecidas na cidade ucraniana de Mariupol decidiram estender o atual ano letivo nos próximos meses para submeter os alunos ucranianos a um novo "currículo russo", disse hoje um conselheiro do poder local.

Mariupol está sob domínio militar da Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro.

Petro Andriushchenko, conselheiro do autarca ucraniano desta cidade costeira do sul da Ucrânia, fez o alerta hoje na rede social Telegram, garantindo que os "inimigos russos" estão a tentar "desucranizar" as crianças do país.

"Os ocupantes anunciaram a extensão do ano letivo até 1 de setembro. Não há férias. O seu principal objetivo é 'desucranizar' as crianças em idade escolar e prepará-las para o currículo russo que terão que assumir no próximo ano letivo", disse o conselheiro municipal.

Durante todo o verão, as crianças terão que estudar língua, literatura, história e matemática em russo, explicou.

"Os ocupantes planeiam abrir nove escolas. No entanto, até agora, só conseguiram encontrar 53 professores. O que significa seis professores por escola - esta é uma boa ilustração da educação russa em Mariupol sob ocupação da Rússia", afirmou Andriushchenko.

O Exército russo implanta as suas administrações e sistemas de organização nas regiões ucranianas que ocupa desde que a invasão da Ucrânia começou em 24 de fevereiro, segundo as autoridades de Kiev.

Mariupol, na costa do Mar de Azov, foi a última cidade importante a ser conquistada militarmente pelos russos após um longo cerco que deixou a cidade praticamente destruída e a sua população esgotada, mergulhada numa grave crise humanitária.

Apesar de terem perdido o controlo da cidade, alguns ex-políticos e funcionários de Mariupol, como Andriushchenko, continuam a escrever mensagens em suas redes para relatar a situação na cidade.

A guerra na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas - mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

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  • Digo Eu
    26 mai, 2022 reyerhyn@gmail.com 16:07
    Defendam as posições como o batalhão Azov defendeu a posição. em caso de queda, estabeleçam uma Resistência armada que fique para trás a infernizar a vida aos russos. Desmontem o parque industrial e tudo o que tenha valor e seja infraestrutura e ou o removam ou o destruam, não deixem nada mas mesmo nada aos Russos, a não ser minas e armadilhas que mandem alguns pelos ares.
  • Cidadao
    26 mai, 2022 Lisboa 13:54
    Se querem evitar isto, não se limitem a redes sociais e a denuncias a uma comunidade internacional que começa a dar sinais de fraquejar à medida que os russos começam a ganhar a guerra. Organizem um contra-ataque militar ou umas rede de resistência armada de preferência e façam os russos pagar caro a permanência em território Ucraniano. Não podem? Então, meus caros, não sei que lhes diga.

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