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Timor-Leste. Ramos-Horta pede "consenso nacional" para causas urgentes

19 mai, 2022 - 16:46 • Lusa

Na tomada de posse, o Nobel da Paz comprometeu-se a ser o Presidente de todos os timorenses, sem “vacilações, dúvidas ou subterfúgios”, apelando à unidade nacional.

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O recém-empossado Presidente da República timorense, José Ramos-Horta, considerou hoje "fundamental" um consenso nacional da liderança do país em torno de várias causas nacionais que considerou "urgentes".

No discurso que proferiu depois de tomar posse em Tasi Tolu, nos arredores de Díli, José Ramos-Horta pediu um esforço conjunto "nos próximos cinco a 10 anos" nas "prioridades nacionais incontornáveis", como educação e saúde.

Temas, frisou, que "merecem ver a sua importância estratégica refletida no OGE e na qualidade dos responsáveis setorais", especialmente tendo em conta a elevada fatia jovem da população.

"Peço a todos que mantenhamos as necessidades e os sonhos dos nossos jovens em primeiro lugar em nossas mentes e os mantenhamos firmemente em nossos corações. As suas aspirações devem orientar a nossa implementação dessas prioridades urgentes. É através do nosso investimento nos nossos jovens, o futuro de Timor-Leste, que podemos garantir o desenvolvimento, a estabilidade e a unidade da nossa Nação para todas as nossas comunidades", afirmou.

Igualmente essencial são medidas em áreas-chave como agricultura, segurança alimentar, nutrição e água potável, considerando que as sucessivas crises alimentares "deviam ter já provocado uma reflexão profunda e decisões céleres sobre a extrema importância de maior investimento neste setor", para garantir a "soberania total", defendeu.

Entre outros aspetos, destacou a criação de um Fundo do Café, culturas e criação de pequenos animais e aquacultura "que garantam a segurança alimentar" e com a paralela promoção do turismo comunitário nessas regiões, bem como a captação de água para evitar secas prolongadas.

Ramos-Horta considerou que o consenso nacional deve igualmente insistir na "transparência no Estado", com uma aposta na "profissionalização e digitalização da Administração Pública" promovendo a "despolitização (...) a transparência e a responsabilidade como forma de consolidação da legitimidade dos atos dos gestores públicos".

O Presidente falou ainda do fortalecimento das forças de defesa e da polícia nacionais, em que destacou o apoio dado até aqui por Portugal e pela Austrália e em que defendeu acordos de segurança com os vizinhos indonésios e australianos, especialmente no Mar de Timor.

Ramos-Horta defendeu também que a liderança nacional deve continuar a "prosseguir a estratégia de desenvolvimento" da Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA), promovendo ao mesmo tempo toda a zona da fronteira terrestre com a metade indonésia da ilha.

Ramos-Horta diz que não vacilará

José Ramos-Horta comprometeu-se a ser o Presidente de todos os timorenses, sem “vacilações, dúvidas ou subterfúgios”, apelando à unidade nacional.

“Não represento apenas aqueles que em mim votaram. Todos os timorenses que comigo partilham o amor a esta terra e a nossa história estão no meu pensamento”, disse Ramos-Horta na sessão solene do Parlamento Nacional que decorreu no recinto de Tasi Tolu, nos arredores de Díli.

No seu primeiro discurso como chefe de Estado – cargo que já ocupou entre 2002 e 2007 – Ramos-Horta recordou a história do país, as dificuldades da luta pela independência, restaurada há 20 anos neste mesmo local, e sublinhou os desafios do futuro.

“Tenho a honra de tomar posse num aniversário pleno de significado para a nossa história nacional. Passados vinte anos, é importante relembrar o extraordinário exemplo de unidade e comunhão do povo timorense e dos seus líderes durante o período da Luta pela Independência”, afirmou.

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