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Guerra na Ucrânia

Chefe da diplomacia europeia admite dificuldades na luz verde a novas sanções

16 mai, 2022 - 11:58 • Lusa

Apesar de várias reuniões a nível diplomático e de a proposta conceder à Hungria e à Eslováquia um prazo de transição mais longo, até 31 de dezembro de 2023, ainda não há consenso sobre p sexto pacote de sanções.

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O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) reconheceu esta segunda-feira as dificuldades em garantir o apoio da Hungria à proposta para sancionar o petróleo russo, devido à dependência do país das importações da Rússia.

No âmbito do agravamento das sanções contra a Rússia por ter invadido a Ucrânia, em 24 de fevereiro, a Comissão Europeia propôs um embargo à importação de petróleo russo até ao final do ano, mas a Hungria opõe-se, apesar de a proposta prever um ano suplementar de transição para o país.

“Temos de convencer 27 países. Entre eles, alguns têm mais problemas do que outros. É uma situação objetiva que alguns Estados-membros enfrentam mais dificuldades”, admitiu Josep Borrell em Bruxelas, à entrada para uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE sobre a situação na Ucrânia.

O diplomata espanhol referiu-se ao facto de haver países “mais dependentes porque não têm acesso ao mar, não têm a possibilidade de receber petroleiros”.

“Só têm petróleo através de oleodutos e da Rússia”, lembrou o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, citado pela agência espanhola EFE.

O também vice-presidente da Comissão Europeia disse que tentará que os ministros deem esta segunda-feira um impulso político à proposta sobre o sexto pacote de sanções da UE contra a Rússia.

A proposta, apresentada em 4 de maio, inclui uma proibição das importações de petróleo bruto durante seis meses e de petróleo refinado durante oito meses.

Apesar de várias reuniões a nível diplomático e de a proposta conceder à Hungria e à Eslováquia um prazo de transição mais longo, até 31 de dezembro de 2023, ainda não há consenso sobre as novas sanções.

A República Checa também aderiu aos apelos para um prazo de três anos para a concretização da proibição do petróleo russo.

Borrell disse que será feito “tudo o que for possível para desbloquear a situação”, mas admitiu não poder garantir que isso aconteça, “porque as posições são muito fortes”. “Mas, se conseguirmos compreender a situação particular de alguns Estados-membros e fizermos um esforço para apresentar uma frente comum contra a Rússia, conseguiremos”, afirmou.

“O meu papel não é culpar ninguém, mas chegar a um consenso”, acrescentou.

Acordo nos próximos dias

À chegada à reunião com os seus homólogos da EU, em Bruxelas, a ministra das Relações Exteriores da Alemanha reconheceu que a União Europeia precisará de mais alguns dias para chegar a um acordo sobre um novo pacote de sanções contra a Rússia - incluindo a proibição do petróleo russo.

“Como alemães, sabemos que isso [um embargo ao petróleo] não é um passo fácil. Certas questões ainda precisam ser resolvidas, e isso não acontecerá hoje”, disse Annalena Baerbock.

“Mas estou confiante de que encontraremos um acordo nos próximos dias”, acrescentou.

Também o ministro dos Negócios Estrangeiros da Austria, considera que o sexto pacote de sanções deverá avançar numa questão de dias.

Alexander Schallenberg disse estar “confiante” de que o bloco estará pronto para avançar após serem realizadas as devidas “discussões”. O novo pacto é necessário, porque a “Rússia está a observar-nos”, defendeu.

O sexto pacote de sanções inclui também a exclusão do Sberbank, o maior banco russo, do sistema internacional de transações Swift, ou medidas restritivas seletivas contra o patriarca da Igreja Ortodoxa Russa ou perpetradores de atrocidades na Ucrânia.

Durante a reunião, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, vai informar os seus homólogos da UE sobre a situação no país, segundo Borrell. "Os ucranianos continuam a resistir ferozmente e nós continuaremos a fornecer-lhes armas para o fazer", disse.

Borrell propôs à UE aumentar a ajuda à Ucrânia em mais 500 milhões de euros, para 2.000 milhões de euros, para financiar armas como veículos blindados.

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