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Adesão da Finlândia e Suécia à NATO

“A Turquia é um país oportunista, como já o foi na questão dos refugiados. E vende-se por um cheque”

15 mai, 2022 - 20:52 • Redação

Apesar de ter levantado algumas reticências, a Turquia não será a força de bloqueio na adesão da Finlândia e Suécia à NATO, garante Francisco Seixas da Costa, em declarações à Renascença. Segundo o antigo embaixador, “Putin é o principal culpado" da mudança de atitude dos países nórdicos.

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Apesar de ter levantado algumas reticências, a Turquia não será a força de bloqueio na adesão da Finlândia e Suécia à NATO, garante Francisco Seixas da Costa. “A Turquia é um país oportunista, como já o foi na questão dos refugiados da União Europeia. E vende-se por um cheque. O cheque pode não ser de natureza financeira, pode ser de natureza legislativa”, explica o antigo embaixador português nas Nações Unidas, em declarações à Renascença.

Após décadas de neutralidade, as duas nações nórdicas deram passos largos para aderirem à NATO nos últimos dias. O único Estado membro que, até ao momento, levantou problemas foi a Turquia, devido ao acolhimento de cidadãos curdos e membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) nos dois países.

Para Seixas da Costa, a Turquia não terá capacidade para frustrar a adesão. Mas saíra “com algum ganho”.

Ao mesmo tempo, a adesão da Finlândia e da Suécia à NATO “mostra que a atitude russa [de invadir a Ucrânia] provocou um choque que foi capaz de subverter aquilo que era uma tendência nas opiniões públicas de dois países que estavam, aparentemente, muito vinculados a uma atitude neutralista”.

Segundo o antigo embaixador, “Putin é o principal culpado desta atitude, porque mediu mal, pensou que assustava esses países ao dizer que consideraria de certo modo hostil qualquer adesão”.

A situação presente demonstra duas coisas, aponta ainda Seixas da Costa: “Que a Rússia não é a União Soviética. No tempo da União Soviética, a Finlândia e a Suécia não teriam tido esta coragem. E prova também que a Rússia é também um país mais frágil na sua vontade de importância internacional.”

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