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Ucrânia rejeita cessar-fogo unilateral russo em Mariupol

25 abr, 2022 - 13:35 • ​José Pedro Frazão, enviado especial à Ucrânia

Vice-primeira-ministra da Ucrânia considera que o corredor anunciado unilateralmente pela Rússia não oferece segurança.

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A Ucrânia desconfia da Rússia e recusa dar acordo a um corredor humanitário para retirar civis da metalúrgica Azovstal, em Mariupol, onde há várias semanas subsiste uma bolsa de resistência ucraniana.

A Rússia anunciou que suspendia as hostilidades para permitir uma evacuação de civis, mas a vice-primeira-ministra da Ucrânia acabou por negar essa operação.

Iryna Vereshchuk anunciou oficialmente, em Kiev, que não há qualquer corredor humanitário porque tal carece de acordo entre as partes. E a Ucrânia considera que o corredor anunciado unilateralmente pela Rússia não oferece segurança, porque os russos impossibilitaram já diversos corredores humanitários. Além disso, a Ucrânia acusa Moscovo de continuar o bombardeamento sobre a unidade industrial de Azovstal.

Iryna Vereschuck está mandatada pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenkiy, para negociar corredores humanitários com os russos. A vice-primeira-ministra apela ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que dê início com garantias a um corredor humanitário para civis em Azovstal, com a presença de membros das Nações Unidas e da Cruz Vermelha na coluna humanitária.

O Governo de Kiev espera que o secretário-geral da ONU traga resultados concretos neste domínio nas conversações com a Rússia. António Guterres encontra-se esta terça-feira com Vladimir Putin, em Moscovo, e na quinta-feira estará aqui em Kiev.

Cinco estações de comboios atacadas

Os alarmes antiaéreos soaram esta manhã em toda a Ucrânia. As forças armadas dizem ter derrubado dois mísseis que sobrevoavam a Ucrânia Ocidental.

Cinco estações ferroviárias no centro e oeste da Ucrânia foram atacadas esta manhã. A informação preliminar aponta para alvos em áreas de mercadorias e não de passageiros. Não há indicação de feridos ou mortos, mas o ataque com mísseis russos provocou perturbações na circulação de comboios.

Na última noite, nove mísseis atingiram uma refinaria de petróleo e uma central termoeléctrica na região de Poltava, fazendo um morto e sete feridos. O ataque vai provocar problemas no fornecimento de eletricidade a esta zona da Ucrânia.

Os combates mais ferozes ocorrem no Donbass. Na região de Luhansk, os ataques russos provocaram incêndios em três prédios e quatro vivendas. Uma refinaria foi bombardeada.

A região está sem eletricidade.

Na região de Donetsk, as autoridades ucranianas falam em bombardeamento com armas pesadas que fizeram cinco mortos, incluindo duas criança

Também foram registados bombardeamentos no sudeste nas aldeias de Kherson onde ucranianos tentam reconquistar território ocupado pelos russos.

Do outro lado da fronteira, em território da Rússia, as forças ucranianas atingiram depósitos de petróleo e um oleoduto em Bryansk, cidade que fica a meio caminho entre Kiev e Moscovo, a 380 quilómetros da capital russa.

O objetivo ucraniano é interferir com as exportações de petróleo russo para a Europa. O ataque foi muito saudado em diversas redes sociais ucranianas como um sucesso importante na guerra.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,16 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU - a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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