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Jerusalém. Dezassete palestinianos feridos na Esplanada das Mesquitas

17 abr, 2022 - 18:06 • Lusa

É o terceiro local mais sagrado do Islão. Presidente palestiniano avisa que "o que aconteceu é uma escalada perigosa”.

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Os confrontos entre a polícia israelita e manifestantes palestinianos registados neste domingo na Esplanada das Mesquitas, onde se encontra a Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém Ocidental, feriram 17 palestinianos, segundo médicos da Palestina.

Fontes policiais e organizações humanitárias já tinham indicado que os confrontos fizeram com que cerca de uma dezena de pessoas ficassem feridas.

Estes incidentes aconteceram dois dias após confrontos com palestinianos no mesmo local, que provocaram mais de uma centena de feridos.

Este ano, o mês sagrado muçulmano do Ramadão, a Semana Santa cristã (que culmina com o Domingo de Páscoa, assinalado hoje) e a Páscoa judaica (de uma semana) estão a ocorrer ao mesmo tempo, com dezenas de milhares de visitantes na cidade de Jerusalém, depois de suspensas as restrições devido à pandemia de Covid-19.

No âmbito dos confrontos deste domingo, a polícia israelita acusou os palestinianos de “profanar” um local sagrado, enquanto as autoridades da Palestina acusaram Israel de tentar dividir a Mesquita de Al-Aqsa.

"O que aconteceu na Mesquita de Al-Aqsa é uma escalada perigosa e as repercussões serão suportadas apenas pelo Governo israelita”, disse Nabil Abu Rdeneh, porta-voz do Presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, citado pela agência Associated Press (AP).

Polícia justifica-se

A polícia israelita disse que entrou no complexo da Mesquita de Al-Aqsa para facilitar a visita de rotina dos judeus ao local sagrado, e referiu que os palestinianos atiraram pedras e ergueram barreiras.

O ministro israelita que tutela a polícia, Omer Barlev, afirmou que é importante garantir a liberdade de culto: “Mas não vamos ceder quando a violência e o terror ocorrerem.”

A polícia retirou os palestinianos da extensa esplanada do lado de fora da mesquita na manhã deste domingo, enquanto dezenas de palestinianos permaneceram dentro do edifício cantando “Deus é o maior”.

Um vídeo divulgado pela polícia israelita mostrou pequenos grupos de jovens a atirarem pedras, além de fogos de artifício disparados de dentro da mesquita.



Durante esta manhã, “centenas” de manifestantes palestinianos começaram a juntar pedras na esplanada, pouco antes da chegada dos judeus que podem visitar o local, considerado o mais sagrado do judaísmo, em momentos específicos, segundo a polícia, citada pela agência France-Presse (AFP).

As forças de segurança israelitas dizem ter entrado na Esplanada das Mesquitas para retirar os manifestantes e “restaurar a ordem”, enquanto testemunhas e socorristas relataram que uma dezena de palestinianos ficaram feridos.

“As nossas equipas trataram cerca de 10 feridos devido aos acontecimentos na Esplanada das Mesquitas. Oito pessoas ficaram feridas numa agressão [pela polícia] e outras duas foram atingidas por balas de borracha”, afirmou o Crescente Vermelho palestiniano.

Três dos feridos foram transferidos para o hospital, com uma equipa da AFP a relatar ambulâncias no local.

De acordo com a comunicação social e a polícia local, vários palestinianos atiraram pedras contra autocarros e feriram cinco israelitas, tendo as autoridades detido dois palestinianos.

Outros confrontos entre manifestantes palestinianos e polícias israelitas na manhã de sexta-feira no mesmo local provocaram ferimentos em pelo menos 153 civis palestinianos e três polícias israelitas, segundo as equipas de socorro.

Estes incidentes na Cidade Velha de Jerusalém Oriental – um setor palestiniano ocupado desde 1967 por Israel – coincidiram com a segunda sexta-feira do mês sagrado muçulmano do Ramadão.

A violência em Jerusalém surgiu na sequência de uma série de ataques em Israel e de operações israelitas na Cisjordânia, outro território ocupado desde 1967 pelo Estado judaico.

Desde 22 de março, Israel foi atingido por quatro ataques, os dois primeiros por árabes israelitas ligados ao grupo extremista Estado Islâmico e os outros dois por palestinianos da região de Jenin, na Cisjordânia, que provocaram 14 mortos.

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