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Guerra na Ucrânia

Líder austríaco reuniu-se com Putin para lhe dizer que “numa guerra só existem perdedores”

11 abr, 2022 - 18:11 • Diogo Camilo

Karl Nehammer tornou-se o primeiro líder europeu a visitar o Presidente russo desde o início da guerra na Ucrânia. Conversações foram “muito diretas, abertas e difíceis” e não tiveram direito a aperto de mão ou fotografias.

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O chanceler austríaco, Karl Nehammer, visitou esta segunda-feira Moscovo para se reunir com o Presidente russo, Vladimir Putin, tornando-se o primeiro líder europeu a fazê-lo presencialmente desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, a 24 de fevereiro.

Sem direito a fotografias ou aperto de mão, para meios russos não usarem o encontro como propaganda, as conversações na residência oficial de Putin terão sido “muito diretas, abertas e difíceis”, segundo o líder da Áustria, que esteve reunido também com Zelenskiy no sábado, em Kiev.

Segundo o jornal austríaco Kronen Zeitung, o encontro teve uma duração total de 90 minutos, com os dois chefes de Estado a terem conversado durante 75 minutos.

Explicando que esta não foi uma “visita amigável” mas sim um “dever”, Nehammer indicou em comunicado que a principal mensagem para Putin era de que o conflito na Ucrânia deve terminar porque “numa guerra só existem perdedores dos dois lados” e que, com a visita, não queria “deixar nada por dizer” acerca de um fim de hostilidades ou pelo menos algum progresso humanitário na Ucrânia.

“Era importante para mim confrontar o presidente Putin com os factos em privado. Não existe alternativa na procura de diálogo com a Rússia, apesar de todas as diferenças”, disse, acrescentando que os crimes de guerra praticados por russos foram abordados “da maneira mais clara possível” e que as sanções a Moscovo continuarão.

Antes da reunião, o ministro dos Negócios Estrangeiros austríaco, Alexander Schallenberg, tinha dito que o objetivo da reunião em Moscovo passava por “contar a verdade” sobre a guerra ao presidente russo.

“Faz diferença estar cara a cara e dizer-lhe como a realidade é: de que este presidente, de facto, perdeu moralmente a guerra”, afirmou, indicando ser “do melhor interesse” para Putin que “alguém lhe diga a verdade”.

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