Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Bruxelas abre investigação a "crimes hediondos" em Bucha

04 abr, 2022 - 15:34 • Lusa

“As imagens angustiantes não podem e não serão deixadas sem resposta”, declarou a presidente da Comissão Europeia.

A+ / A-

Veja também:


A presidente da Comissão Europeia anunciou esta segunda-feira uma investigação da União Europeia (UE) a alegados crimes cometidos em Bucha e noutras cidades ucranianas pelas tropas russas, salientando que os “perpetradores de crimes hediondos não podem ficar impunes”.

“Esta tarde falei com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sobre os terríveis assassínios que foram descobertos em Bucha e noutras áreas de onde as tropas russas saíram recentemente. Transmiti-lhe as minhas condolências e assegurei-lhe o total apoio da Comissão Europeia nestes tempos terríveis”, afirma Ursula von der Leyen, numa declaração hoje publicada.

Vincando que “os perpetradores destes crimes hediondos não podem ficar impunes”, a líder do executivo comunitário anuncia que “a UE criou uma equipa de investigação conjunta com a Ucrânia para recolher provas e investigar crimes de guerra e crimes contra a humanidade”.

“As imagens angustiantes não podem e não serão deixadas sem resposta”, salienta.

Prevista está coordenação entre Bruxelas e Kiev para investigar crimes de guerra e crimes contra a humanidade, no âmbito da qual a UE diz estar disponível para enviar equipas de investigação para o terreno para apoiar os serviços do Ministério Público ucraniano, nomeadamente com assistência das agências europeias de questões judiciais (Eurojust) e de polícia (Europol).

Além disso, e por ser “necessária uma resposta global”, estão “em curso conversações entre a Eurojust e o Tribunal Penal Internacional para unir forças e para que o Tribunal faça parte da Equipa Conjunta de Investigação”, acrescenta Ursula von der Leyen.

“Esta abordagem coordenada das autoridades ucranianas, da UE, dos seus Estados-membros e agências, e do Tribunal Penal Internacional permitirá que as provas sejam recolhidas, analisadas e processadas da forma mais completa e eficaz possível”, adianta.

Garantindo que a Comissão Europeia “prestará todo o apoio técnico e financeiro necessário a todas as investigações conduzidas pela UE”, a presidente da instituição conclui ter encarregado o comissário europeu da tutela da Justiça, Didier Reynders, de “acompanhar e tomar contacto com o Procurador-Geral ucraniano”.

Mais sanções

Também hoje, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, tinha anunciado que a UE iria começar a preparar, com urgência, novas sanções à Rússia, condenando “as atrocidades” cometidas pelas tropas de Moscovo na Ucrânia.

A organização dos direitos humanos Human Rights Watch denunciou, no domingo, que nas zonas da Ucrânia sob controlo russo foram feitas “execuções sumárias”, entre outros “abusos graves” que podem configurar crimes de guerra.

A retirada das tropas russas do norte de Kiev permitiu ver indícios de alegadas execuções sumárias de várias centenas de civis no subúrbio de Busha e noutras áreas.

A Ucrânia acusou a Rússia de genocídio, alegando ter encontrado os corpos de 410 civis na região de Kiev, atualmente sob controlo ucraniano.

Na cidade de Bucha, a noroeste da capital ucraniana, cerca de 300 pessoas foram enterradas em valas comuns, de acordo com as autoridades ucranianas.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+