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Presidente da Câmara de Kiev classifica de "genocídio" execuções em Bucha

03 abr, 2022 - 15:15 • Lusa

O presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko, classificou hoje de "genocídio" as alegadas execuções sumárias de várias centenas de civis no subúrbio de Bucha e noutras áreas a norte da capital ucraniana.

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"Só pode ser descrito como genocídio", disse ao tabloide alemão "Bild", acrescentando que estes eram "crimes de guerra cruéis", pelos quais o Presidente russo, Vladimir Putin, seria responsabilizado.

Klitschko salientou que os civis sem vida, encontrados nas ruas de Bucha após a retirada das tropas russas, "tinham as mãos atadas atrás das costas", como pode ser visto em fotografias publicadas nos meios de comunicação internacionais.

"Para todo o mundo, e em particular para a Alemanha, só pode haver uma consequência: A Rússia não pode receber um único cêntimo a mais", exigiu o presidente da câmara de Kiev, apelando à implementação de um embargo às exportações russas de petróleo e gás.

"É dinheiro de sangue, que é usado para massacrar pessoas", argumentou.

O presidente da câmara de Bucha, Anatoli Fedoruk, disse no sábado que, quando as forças ucranianas chegaram, as ruas estavam cheias de cadáveres e famílias inteiras tinham sido mortas, "crianças, mulheres, avós, homens".

E acrescentou que os corpos de 280 pessoas tinham sido enterrados numa vala comum.

A organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) afirmou hoje ter indicações de que o exército russo estava a cometer possíveis crimes de guerra em áreas sob o seu controlo, incluindo execuções sumárias de civis.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.325 civis, incluindo 120 crianças, e feriu 2.017, entre os quais 168 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.

A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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