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Guerra na Ucrânia

Rússia anuncia redução "radical" da atividade militar em duas regiões

29 mar, 2022 - 13:01 • Raul Santos , Marta Grosso

Ucrânia propôs neutralidade com condições. Macron e Putin voltam a falar ao telefone esta tarde.

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A Rússia prometeu, durante as negociações de paz desta terça-feira, reduzir "radicalmente" as operações militares em Kiev e na cidade de Chernihiv, no Norte da Ucrânia. A notícia é avançada por várias agências noticiosas, como a russa TASS e a francesa France Press.

Segundo o vice-ministro da Defesa, Alexander Fomin, Moscovo decidiu reduzir os combates naquelas regiões com vista a criar as condições para o diálogo.

Por seu lado, a Ucrânia propôs um estatuto de neutralidade com garantias internacionais para a proteger de ataques. Os negociadores ucranianos disseram ter proposto um estatuto sob o qual o país não se juntaria a alianças ou hospedaria bases de tropas estrangeiras, mas teria a sua segurança garantida em termos semelhantes ao "Artigo 5.º" da NATO (a cláusula de defesa comum).

Tal segurança deverá ser providenciada por Israel e pelo Canadá, a Polónia e a Turquia (Estados-membros da NATO).

As propostas incluiriam ainda um período de consulta de 15 anos sobre o estatuto da Crimeia, anexada à Rússia, e só poderiam entrar em vigor no caso de um cessar-fogo completo, avançaram os negociadores ucranianos aos jornalistas em Istambul e citados pela agência Reuters.

O negociador sénior russo Vladimir Medinsky irá analisar as propostas ucranianas e reportá-las ao Presidente russo, Vladimir Putin.

As negociações na Turquia terminaram por hoje. Negociadores ucranianos e russos estiveram reunidos cerca de quatro horas, não havendo, para já, confirmação de uma nova reunião esta quarta-feira, segundo a agência Reuters, que cita fonte da embaixada da Ucrânia em Istambul.

Entre os esforços diplomáticos para pôr fim à guerra há mais um: o Presidente francês vai voltar a falar com o Presidente russo nesta terça-feira à tarde. Segundo o Eliseu, Macron e Putin têm conversa marcada para as 14h30.

Da manhã, nota para pelo menos três mortos na sequência do bombardeamento do principal edifício estatal de Mykolaiv, no Sul da Ucrânia. Teme-se, contudo, que o número de vítimas mortais possa subir, dado haver pessoas por resgatar dos escombros.


[Notícia atualizada às 14h00 com novas informações sobre as propostas russa e ucraniana]

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  • Cidadao
    29 mar, 2022 Lisboa 14:26
    As promessas Russas valem o que valem, e no lugar dos Ucranianos, não me fiava nelas. Mas mesmo que assim seja, só o é, porque a Rússia não conseguiu os objetivos que se propunha, - chegar a Kiev em 3 dias, depor Zelensky e colocar no lugar dele um fantoche tipo Lukashenko - está a sofrer o desgaste militar, e prefere concentrar-se no que de Plano "C", passou a principal objetivo: manter a Crimeia, anexar o território das auto proclamadas cidades independentes e se possível controlar a orla marítima fazendo da Ucrânia um país continental sem acesso ao Mar, a não ser atravessando "território russo". Não me parece é que Zelensky e a Ucrânia, agora que sobreviveram ao "rolo compressor" Russo e mantêm o apoio do Ocidente, consintam e alienar partes do Território em favor de quem os invadiu e destruiu grande parte do País.
  • Cidadao
    29 mar, 2022 Lisboa 14:02
    As promessas Russas valem o que valem, e no lugar dos Ucranianos, não me fiava nelas. Mas mesmo que assim seja, só o é, porque a Rússia não conseguiu os objetivos que se propunha, - chegar a Kiev em 3 dias, depor Zelensky e colocar no lugar dele um fantoche tipo Lukashenko - está a sofrer o desgaste militar, e prefere concentrar-se no que de Plano "C", passou a principal objetivo: manter a Crimeia, anexar o território das auto proclamadas cidades independentes e se possível controlar a orla marítima fazendo da Ucrânia um país continental sem acesso ao Mar, a não ser atravessando "território russo". Não me parece é que Zelensky e a Ucrânia, agora que sobreviveram ao "rolo compressor" Russo e mantêm o apoio do Ocidente, consintam e alienar partes do Território em favor de quem os invadiu e destruiu grande parte do País.
  • José J C Cruz Pinto
    29 mar, 2022 ILHAVO 12:28
    Pois sim: estão agora é a levar nas lonas e em tudo o mais que é sítio ("anatómico", e não geográfico). ... Foram os planos competentíssimos da quadrilha do Kremlin, não foram? Tudo cumprido à risca, não foi?

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