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“No território da NATO ninguém entra”, diz António Costa

24 mar, 2022 - 09:49 • Olímpia Mairos

O primeiro-ministro afirma que a NATO é “uma aliança defensiva” e que “não intervém na guerra em territórios terceiros”.

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O primeiro-ministro, António Costa, disse esta quinta-feira, em Bruxelas, que “a NATO é uma aliança defensiva, não desencadeia a guerra, não intervém na guerra em territórios terceiros”.

Costa sublinha que a NATO “não contribuirá para a escalada do conflito” e que “tem procurado reforçar as mensagens de tranquilização e de caminho para a paz”, mas avisa que “tem de ficar claro que no território da NATO ninguém entra”.

António Costa diz que o país tem “reforçado o seu contributo” no flanco leste da Aliança Atlântica, explicando que Portugal tem já um agrupamento “em estado de prontidão” para reforçar o grupo de combate permanente da NATO na Roménia.

Na visão de António Costa “esta guerra tem sido conduzida de uma forma particularmente brutal, particularmente violenta, de uma forma particularmente dura, não se dirigindo a alvos militares, mas, pelo contrário, uma destruição massiva de cidades, numa falta de humanidade como eu creio que nenhum de nós tem memória de ter visto numa guerra”.

O primeiro-ministro português acentua ainda que “a paz está distante, desde o primeiro dia em que a guerra começou, porque um minuto de guerra já é tempo a mais de guerra”.

Questionado sobre a ameaça russa de utilização de armamento nuclear, António Costa garante que a “NATO não contribuirá em nada para essa escalada”.

“Quer a retórica da Rússia, quer as decisões da Rússia de pôr em prontidão, por exemplo, o seu arsenal militar só contribuem para aumentar, para fazer a escalada relativamente a este conflito”, diz o primeiro-ministro.

Costa diz ainda que a NATO não tenciona contribuir para essa lógica de agravamento da tensão.

“Pelo contrário, tem procurado reforçar as mensagens de tranquilização, de construção, de caminho para a paz, de apoio às negociações e que as negociações tenham efetividade e não seja simplesmente uma forma de ganhar tempo para prosseguir a destruição e ação de guerra na Ucrânia”, sublinha.

Bruxelas acolhe esta quinta-feira três cimeiras de alto nível, com os líderes da NATO, do G7 e da União Europeia a procurarem transmitir um sinal de unidade contra a guerra.

Portugal estará representado na cimeira da NATO e no Conselho Europeu pelo primeiro-ministro, António Costa.

Os membros da NATO devem concordar em fornecer apoio adicional aos ucranianos e vão também abordar a postura a adotar face à China e à Bielorrússia bem como necessidade de os aliados reforçarem o investimento em Defesa.

A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de março pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de dez milhões de pessoas, mais de 3,6 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Comentários
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  • Cidadao
    24 mar, 2022 Lisboa 18:34
    Preocupe-se em fazer a parte de Portugal, caro PM. Enviar 174 soldados depois de semana de preparação para a Roménia, ou 18 (!!!!) militares para exercícios de 30 000 soldados na Noruega, é muito pouco, quer para os 2225 Milhões de Euros gastos anualmente no Orçamento da Defesa, quer para um País cujo PM "manda" bocas fortes. Tem muito, mas mesmo muito, que mudar nas Forças Armadas portuguesas. E espero que essa mudança não seja para as calendas ou se traduza numa onda de promoções de oficiais superiores.
  • Digo Eu
    24 mar, 2022 Cá 10:54
    Palavras firmes, mas onde falta ter por detrás a Força militar para as implementar na pratica. E agora arranjou uma Socióloga, especialista na integração das mulheres nas Forças Armadas, para Ministra da Defesa. O outro era um frouxo, agora temos uma Socióloga, preocupada com a integração de mulheres, o que é o mesmo que dizer, uma "ministra fofinha" para ter "forças armadas fofinhas", exatamente o que precisamos agora.

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