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Ucrânia

Mais de 250 manifestantes contra invasão foram presos na Rússia

13 mar, 2022 - 16:41 • Lusa

Apesar da proibição, manifestantes reúnem-se diariamente na Rússia para denunciar a intervenção militar na Ucrânia.

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Mais de 250 pessoas foram presas este domingo em toda a Rússia, por protestarem contra a operação militar daquele país na Ucrânia, segundo uma Organização Não Governamental (ONG)

"Pelo menos 268 pessoas já foram presas em 23 cidades”, informou na sua página oficial na internet a OVD-Info, uma ONG especializada em acompanhar protestos.

Os jornalistas da agência France-Presse (AFP) viram vários manifestantes presos em Moscovo e em São Petersburgo, a segunda maior cidade do país.

Em Moscovo, algumas dezenas de pessoas desafiaram hoje a proibição de manifestações, reunindo-se na Praça do Arsenal, perto do Kremlin.

Segundo a AFP, pelo menos 30 manifestantes e um jornalista foram levados pela polícia.

“Paz no mundo!”, cantava uma mulher enquanto era arrastada à força por dois agentes.

Em São Petersburgo, onde muitos autocarros da polícia eram visíveis no centro, os manifestantes tentavam manter um perfil discreto.

Kristina, de 20 anos, apresentou-se vestida com um casaco azul e um chapéu amarelo, as cores da bandeira ucraniana.

“Claro que é assustador sair [para protestar]. Todos estão a ser levados, vários dos meus amigos foram presos, outros foram expulsos da universidade. Eu coloquei as cores da Ucrânia e estou aqui. Para protestar, de uma forma ou de outra”, disse a jovem.

“Vocês são todos traidores, todos nós deveríamos prendê-los”, disse um homem, com cerca de sessenta anos, que cuspiu quando passava no local.

Apesar da proibição, manifestantes reúnem-se diariamente na Rússia para denunciar a intervenção militar na Ucrânia.

Aqueles que se manifestam estão sistematicamente sujeitos a multas ou mesmo à prisão.

No domingo passado foram presos mais de 5.000 manifestantes.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

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