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Negociações na Turquia terminam sem progressos para cessar-fogo de 24 horas

10 mar, 2022 - 10:28 • Carla Caixinha com agências

"Rendição não é aceitável para a Ucrânia", assegurou o ministro Dmytro Kuleba. Já o ministro Sergei Lavrov disse que “Ucrânia transformou-se num país anti-Rússia há muitos anos”.

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A reunião entre os ministros dos Negócios Estrangeiros ucraniano e russo, que decorreu na cidade turca de Antália, terminou sem progressos e com mútuas acusações.

Do lado ucraniano. À saída o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, disse que não foi possível chegar a acordo sobre um possível cessar-fogo de 24 horas para resolver os problemas humanitários no terreno, mas afirmou que Lavrov vai falar com Moscovo sobre a possibilidade de estabelecer um corredor humanitário na cidade de Mariupol.

“Não fizemos progressos, uma vez que parece que há outros decisores para este assunto na Rússia.”

O ministro confirmou que as tropas russas vão prosseguir o ataque em solo ucraniano. “A Rússia vai continuar a agressão, porque exigia que nos rendêssemos e isso não vamos fazer", sublinhou.

“Fiz o meu melhor para, pelo menos, encontrar uma solução diplomática para a tragédia humanitária que se está a desenrolar no terreno de combate e nas cidades cercadas”, disse Kuleba em inglês. “A situação mais trágica é, atualmente, Mariupol. A cidade está a ser bombardeada pelo ar, atingida por fogo de artilharia.”

Vim aqui com um propósito humanitário”, assegurou, especificando que o seu objetivo era o de “implementar um corredor humanitário de e para Mariupol”.
“De Mariupol para os civis que querem fugir desta área de medo e combate, e um corredor humanitário para levar para Mariupol ajuda humanitária”, detalhou. “Infelizmente, o ministro Lavrov não estava em posição de se comprometer com isto, mas vai corresponder-se com as autoridades correspondentes sobre este assunto.”

Acrescentou que concordaram em continuar os esforços para procurar uma solução para os problemas humanitários.” Estou pronto para me reunir novamente neste formato, se houver perspetivas de uma discussão substancial e para procurar soluções”, disse Kuleba.

Do lado russo. Para o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, o encontro desta quinta-feira “mostrou que não há alternativa a esta via”, referindo-se à intervenção militar na Ucrânia.

"Falámos sobre questões humanitárias. Os civis têm-se sentido raptados para defesa do território ucraniano e têm sido usados como escudo. As rotas e os timings dos corredores humanitários, que vamos abrir diariamente, são determinados por quem está no terreno. Na última ronda de negociações, a Rússia propôs um acordo concreto e o lado ucraniano não aceitou”, disse Sergey Lavrov.

Na sua intervenção, ministro avisou que “quem dá armas à Ucrânia tem de ser responsabilizado”.

“A Ucrânia transformou-se há muitos anos num país anti-Rússia. Foi dado a escolher à Ucrânia se queria estar ao lado do Ocidente ou ao lado da Rússia”, acrescentou.

“Vamos fazer de tudo para não dependermos do Ocidente”, prometeu, assegurando que o Presidente Putin está disponível para um diálogo presencial com o homólogo ucraniano Zelensky.

Aproveitou ainda para acusar os meios de comunicação social de estarem “cheios de falsidades”.

Lavrov asseguou também que a Rússia não planeia atacar outros países. “Não atacámos a Ucrânia. Explicámos muitas vezes que havia uma situação que colocava ameaças à Federação Russa”, afirmou Lavrov, insistindo que o Ocidente está a instalar laboratórios de armamento biológico no território ucraniano.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro o que já provocou mais 2.3 milhões de refugiados e muita destruição.
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