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​Zelensky rejeita "ultimatos" e desafia Putin a "sair da bolha"

07 mar, 2022 - 20:45 • Ricardo Vieira, com agências

Presidente ucraniano convida Vladimir Putin a encetar um processo negocial entre os dois líderes, para acabar com a guerra que já provocou 1,7 milhões de refugiados.

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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirma que a Rússia de Vladimir Putin deve iniciar um processo de diálogo em vez de fazer "mais ultimatos".

Em entrevista à estação ABC News, ao 12.º dia de guerra na Ucrânia, Zelensky convida Putin a "sair da bolha" e a encetar um processo negocial entre os dois líderes.

O Presidente russo exige a desmilitarização da Ucrânia e que o país vizinho desista de entrar para a NATO, além do reconhecimento da anexação da Crimeia e a independência das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk.

"Este é outro ultimato e não estamos preparados para ultimatos", declarou Volodymyr Zelensky num excerto de uma entrevista à estação norte-americana ABC News, que vai ser transmitida esta segunda-feira à noite.

O Presidente ucraniano defende que Putin "deve fazer é iniciar o diálogo em vez de viver numa bolha de informação sem oxigénio".

"Ele está numa bolha a receber informações e não sabemos se as informações que lhe dão são realistas", refere Zelensky.

Enquanto defende negociações com Putin, o chefe de Estado ucraniano volta a pedir a criação de uma zona de exclusão aérea no seu país para travar a ofensiva russa.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e os líderes da França, Alemanha e Reino Unido reforçam a determinação em continuar a agravar os custos para a Rússia pela invasão “não provocada e injustificada” da Ucrânia, diz a Casa Branca.

Na terceira ronda de negociações entre Rússia e Ucrânia, realizada esta segunda-feira, não foram registados progressos significativos no que respeita ao fim da guerra, que vai no 12.º dia e já provocou 1,7 milhões de refugiados.

O negociador ucraniano Mykhailo Podolyak disse que as conversações, que decorreram na Bielorrússia, não "melhoraram a situação", no que diz respeito ao conflito armado iniciado a 24 de fevereiro com a invasão da Ucrânia ordenada pelo Presidente russo, Vladimir Putin.

Haverá uma quarta ronda de negociações com a Rússia, disse Mykhailo Podolyak.

A Ucrânia acusou hoje a Rússia de voltar a "sabotar" a abertura de corredores humanitários para a evacuação das regiões de Kiev, Kharkiv, Donetsk e Kherson, continuando os bombardeamentos.

"Violando os acordos alcançados anteriormente, em 7 de março, a Federação Russa mais uma vez sabotou a abertura de corredores humanitários para a evacuação da população civil nas cidades sitiadas de Kiev (norte), Kharkiv (leste), Donetsk (leste) e Kherson (sul)", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, em comunicado.

Mais de 1,7 milhões de pessoas já fugiram da Ucrânia desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, de acordo com o balanço divulgado esta segunda-feira pelas Nações Unidas.

Mais de mil civis já foram mortos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia. Segundo o relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR), que abrange o período das 4h de 24 de fevereiro à meia-noite de 4 de março, das “1.058 vítimas civis na Ucrânia, 351 foram mortas, incluindo 10 crianças”.

O Papa Francisco enviou dois cardeais para tentar mediar o conflito. O cardeal Konrad Krajewski, responsável pelas obras de caridade do Papa, chega esta segunda-feira à fronteira da Polónia com a Ucrânia, e o cardeal Michael Czerny, do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, é aguardado amanhã na Hungria.

Entretanto, Portugal recebeu desde o início da invasão russa da Ucrânia 2.674 pedidos de proteção temporária, segundo uma atualização feita hoje pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).


Renascença na Ucrânia. Milhares de pessoas aguardam em Lviv por uma viagem para longe da guerra
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