03 mar, 2022 - 16:09 • Fátima Casanova com Redação
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A embaixadora ucraniana, em Portugal, Inna Ohnivets garante que o país não se vai render, perante a invasão russa.
"Estamos na segunda ronda das negociações diplomáticas. Da nossa parte a posição é clara: não admitimos a capitulação do nosso país. Vivemos no território do nosso país, do nosso Estado soberano, estamos e vamos continuar a defender a nossa pátria", declara, numa entrevista à Renascença.
A diplomata classifica o Presidente russo, Vladimir Putin, como um "terrorista" e garante que a Ucrânia não vai desistir de aderir à NATO e à União Europeia.
“Eu diria que ele é terrorista. Ele disse que os ucranianos são fascistas, mas realmente ele é fascista”, acusa a diplomata ucraniana.
Inna Ohnivets defende que só as sanções económicas à Rússia não são suficientes. Diz que é preciso travar a máquina da propaganda de Moscovo.
“Por exemplo, hoje na Rússia, em todas as escolas, estão a ser organizadas campanhas informativas sobre a situação na Ucrânia e o Governo russo disse que na Ucrânia está a ser realizada uma campanha humanitária para libertar o povo ucraniano dos nazis, mas isso não é verdade porque não precisamos de nenhuma libertação. É necessário espalhar a informação justa sobre a situação na Ucrânia".
Apesar da invasão russa à Ucrânia, a embaixadora Inna Ohnivets diz que o Governo de Kiev não altera o rumo: mantém que quer aderir à NATO e à União Europeia.
“Durante esta guerra a Ucrânia vai confirmar a sua decisão de aderir no futuro à União Europeia e à NATO. O povo ucranianos é muito corajoso e podemos ver as ações do nosso Presidente e do nosso Governo que estão a trabalhar na capital da Ucrânia, apesar do perigo”.
Nesta entrevista à jornalista Fátima Casanova, a embaixadora ucraniana em Portugal diz ainda que, nos próximos dias, devem chegar a Lisboa os primeiros refugiados ucranianos. À embaixada já chegaram uma centena de pedidos de ajuda.
Inna Ohnivets está a colaborar com as autoridades portuguesas para elaborar uma lista de oligarcas russos que devem ser sancionados, na sequência da invasão da Rússia à Ucrânia.
Em entrevista à Renascença, a diplomata aponta que estes multimilionários estão a financiar a guerra e, por isso, são necessárias "sanções severas".