Tempo
|
A+ / A-

Guerra na Ucrânia

ESA. Sanções à Rússia tornam "muito improvável" envio de robot para Marte em 2022

28 fev, 2022 - 22:11 • Lusa

A agência espacial russa decidiu "retirar a sua força de trabalho" da base espacial europeia de Kourou, na Guiana Francesa, de onde a ESA envia satélites a bordo de lançadores russos Soyuz.

A+ / A-

A Agência Espacial Europeia (ESA) admitiu esta segunda-feira ser "muito improvável" o envio em 2022 do robô Rosalind Franklin para Marte, devido às sanções da Europa contra a Rússia, parceira na missão, em resposta à invasão da Ucrânia.

"Em relação à continuação do programa ExoMars, as sanções e o contexto mais amplo tornam o lançamento em 2022 muito improvável", refere uma declaração da ESA, acrescentando que o diretor-geral da agência, Josef Aschbacher, "analisará todas as opções e preparará uma decisão formal sobre o caminho a seguir pelos Estados-membros".

A ESA, que esta segunda-feira reuniu os seus Estados-membros para avaliar as consequências da guerra na Ucrânia nos seus programas, previa enviar em setembro, após vários atrasos, o robô Rosalind Franklin para Marte, ao abrigo da missão ExoMars, na qual a agência espacial russa (Roscosmos) é parceira.

Na sexta-feira, um dia depois da invasão russa da Ucrânia, o diretor-geral da ESA, Josef Aschbacher, disse, na rede social Twitter, que se mantinha a cooperação espacial com a Rússia e que a agência continuava "a trabalhar em todos os seus programas, incluindo a Estação Espacial Internacional e o ExoMars, para cumprir os compromissos com os Estados-membros e parceiros".

Na declaração divulgada esta segunda-feira, a ESA adianta que a Roscosmos decidiu "retirar a sua força de trabalho" da base espacial europeia de Kourou, na Guiana Francesa, de onde a ESA envia satélites a bordo de lançadores russos Soyuz.

Como alternativa, a ESA refere que irá avaliar, "para cada carga institucional europeia sob sua responsabilidade, o serviço de lançamento apropriado, com base principalmente nos sistemas de lançamento atualmente em operação e nos próximos lançadores" europeus Vega C e Ariane 6.

Na declaração, a ESA sublinha que as suas decisões estão alinhadas com as decisões dos Estados-membros e "em estreita coordenação com parceiros industriais e internacionais", em particular com a agência espacial norte-americana (NASA) na Estação Espacial Internacional, a "casa" dos astronautas na órbita da Terra onde se fazem experiências científicas.

Além da ESA e da NASA, são parceiros na Estação Espacial Internacional a Roscosmos e as agências espaciais canadiana (CSA) e japonesa (JAXA).

"Estamos a dar prioridade absoluta à tomada de decisões adequadas, não só para o bem da nossa força de trabalho envolvida nos programas, mas no pleno respeito dos nossos valores europeus, que sempre moldaram fundamentalmente a nossa abordagem à cooperação internacional", justifica a ESA, lamentando "as trágicas consequências da guerra na Ucrânia".

A ESA tem 22 países-membros, incluindo Portugal, que partilha até 2023 com a França a presidência do Conselho Ministerial, órgão governativo da agência onde têm assento os ministros que tutelam as atividades espaciais.

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+