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Ucrânia. Adesão às Forças Armadas foi “massiva” em Kiev

26 fev, 2022 - 09:40 • Marta Grosso , Hugo Monteiro

Ucranianos sentem que o país está a atravessar “um dos pontos mais importantes da sua História”. O sentimento é de entreajuda e há quem saia à rua para arejar, mas emocionado.

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Enquanto as forças russas continuam a lutar pelo controlo de Kiev, os habitantes da capital unem-se para defender o país.

“Sei que aqui em Kiev a adesão voluntária às Forças Armadas, da defesa territorial, foi massiva. Muita gente mesmo”, conta a jornalista Irina Shev, da SIC, em serviço especial para a Renascença neste sábado de manhã.

“Falei com algumas pessoas, mães de alguns rapazes que se alistaram. Não estão muito contentes, mas não houve uma que não estivesse orgulhosa do filho e todas percebem perfeitamente a decisão, porque o sentimento que paira é que a Ucrânia está a atravessar um ponto decisivo, um dos pontos mais importantes da sua História e toda a ajuda é bem-vinda”, relata.

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Falei com as mães de alguns rapazes que se alistaram. Não houve uma que não estivesse orgulhosa do filho


Há quem arrisque sair à rua

Os habitantes de Kiev foram aconselhados a permanecer em abrigos ou, se estiverem em casa, a não se aproximarem das janelas. Ainda assim, algumas pessoas arriscam a sair de casa para comprar bens de primeira necessidade.

“Por aqui, há várias pessoas na rua, mais do que estávamos à espera – a maior parte está à procura de supermercados e farmácias para se abastecerem”, conta Irina Shev.

Mas há também quem saia para “desanuviar”. A jornalista diz ter falado com uma senhora que diz ter que saído “porque não conseguia ficar enfiada em casa. O marido e os dois filhos estão em casa e ela saiu para desanuviar, para dar uma volta pelas ruas da cidade onde cresceu. Claro que estava bastante emocionada”.

Zelensky surpreende

Os ucranianos revelam estar surpresos com a reação do Presidente a esta crise. Volodymyr Zelensky não é um político de carreira – era ator humorista e conhecido representar um Presidente numa série de TV. Há quatro anos, tornou-se líder de uma nação que agora é atacada pela Rússia.

“As pessoas mostram-se muito surpreendidas pela coragem de Zelensky. Antes havia muita gente que não lhe dava crédito por não ser um político profissional, por ser humorista, comediante, e agora há muita gente a mudar de opinião e a aplaudir todo este esforço que tem feito, mesmo estes vídeos dele a sair à rua”, conta a jornalista da SIC em serviço especial para a Renascença.

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As pessoas mostram-se muito surpreendidas pela coragem de Zelensky

Irina Shev diz ainda que, do mundo, “as não querem muito saber de sanções, querem saber de ajuda mais material ou até física”.

Em Kiev, os combates são intensos. Há três noites “que praticamente ninguém dorme – acabámos por dormir num bunker, no piso -2 do nosso hotel”, conta Irina Shev. Ali, “o ambiente super tranquilo, há um grande sentimento de entreajuda, os olhares cruzam-se e os sorrisos são nervosos”.Às primeiras horas deste sábado, um prédio de habitação foi atingido por um míssil. O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros reagiu exigindo ao mundo que isole “totalmente a Rússia” e páre “os criminosos de guerra russos”.

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  • Cidadao
    26 fev, 2022 Lisboa 11:06
    Em campo aberto, face à desproporção bélica, os Russos ganham. Dentro das cidades em combates casa a casa, rua a rua, homem a homem, a música é outra e a desproporção atenua-se bastante. E os Ucranianos estão a lutar pelo seu País, enquanto os Russos, a maioria deles nem sabe porque está ali. Se a Ucrânia se aguentar mais 8-10 dias e os cadáveres Russos começarem a chegar, quem pode vir a cair é o Putin, não o Zelensky. Principalmente se o maluco Russo por o dedo no gatilho nuclear e os Russos se aperceberem que do outro lado do oceano, os "camones" estiverem a fazer o mesmo. É que o Ocidente também tem armas nucleares. E até tem mais que a Rússia. Analisem se não é chegada a altura de mandar o Putin para o manicómio. Ele está a meter a Rússia num buraco que pode correr mal para todo o Mundo, Rússia à cabeça. Pensem nisso aí pelos lados de Moscovo.

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