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Português em Kiev garante que não vai abandonar a Ucrânia

22 fev, 2022 - 10:55 • Henrique Cunha

Portugal já tinha desaconselhado as viagens de cidadãos nacionais à Ucrânia e recomendado aos cerca de 240 portugueses, residentes no país, que saiam temporariamente.

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Alex Pinto, português que reside em Kiev, não ficou surpreendido com o anúncio de Vladimir Putin, que reconheceu na segunda-feira a independência das repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia.

Para o empresário, os acontecimentos da última noite, que “há muito” lhe ocupavam o pensamento, eram “previsíveis”, mas nem por isso abalaram a vontade que tem de permanecer no país.

Questionado pela Renascença sobre se planeia abandonar a Ucrânia e regressar a Portugal, Alex Pinto não hesita: “Não, de maneira nenhuma”.

“Eu acredito que haverá uma solução. Zaporizhzhya [cidade ucraniana a 500 km de Kiev] tem a maior central nuclear da Europa. Há alguém que vai ter o desplante de mandar ali um tirinho e nós temos dez vezes um Chernobil? Se isto acontecer ninguém ganha”, defende.

Para além do perigo associado a um ataque nuclear, o empresário português aponta, também, o papel da Ucrânia na distribuição de gás na Europa. “Todo o gás que está a ser vendido atualmente para a Europa está a atravessar a Ucrânia. Se a Ucrânia for atacada de uma forma massiva a torneira fecha imediatamente”, explica.

Pinto acredita que a maioria dos portugueses no país não vão querer sair. “As pessoas que eu sei que por cá estão, por cá ficarão. Quando eu ouvi o senhor ministro dizer que tinham chegado 40 a Lisboa, eu tinha sérias dúvidas de quantos deles é que seriam alfacinhas de gema, digamos assim. A esmagadora maioria destes 240, são com certeza luso-ucranianos”, garantiu.

O empresário lamenta, contudo, que até agora “só se tenha ouvido palavras e boas intenções, mas factos não há”. “Não havendo factos, Putin irá com certeza com a sua inteligência continuar paulatinamente a dar mais um passinho à frente", diz.

Apesar dos receios, Alex Pinto está convencido de que a Ucrânia está “ muito mais consolidada e forte em termos de defesa” e soma um grande apoio da comunidade internacional, dois fatores que fizeram a diferença em 2014.


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