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Ucrânia. Rússia obterá "mais NATO" se tentar ter "menos NATO" nas fronteiras

19 fev, 2022 - 10:44 • Lusa com Redação

Secretário-geral da aliança atlântica avisa Moscovo: "Somos todos aliados da NATO, somos apenas um e faremos sempre o que for necessário para nos protegermos e defendermos mutuamente."

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O secretário-geral da aliança atlântica, Jens Stoltenberg, avisou este sábado a Rússia de que, se quiser ter “menos NATO” nas suas fronteiras, só conseguirá ter “mais NATO”, sublinhando o compromisso “inabalável” dos Estados-membros da organização.

"Moscovo tenta reverter a história e recriar a sua esfera de influência”, acusou Stoltenberg num discurso na Conferência de Segurança de Munique.

"Somos todos aliados da NATO, somos apenas um e faremos sempre o que for necessário para nos protegermos e defendermos mutuamente”, garantiu.

Stoltenberg instou Moscovo a retirar as suas tropas da fronteira com a Ucrânia como "primeiro passo" para uma "solução pacífica" das tensões dos últimos meses.

"Apesar do que diz Moscovo, não vemos sinais de desescalada", afirmou, sublinhando, no entanto, que ainda "não é tarde" para "mudar de rumo e dar um passo atrás perante o abismo".

"Estes são dias perigosos para a Europa. A Rússia tem tropas em massa junto à Ucrânia naquele que é o maior destacamento desde a Guerra Fria. Não sabemos o que vai acontecer, mas o risco de conflito é real. Os aliados da NATO continuam com grandes esforços diplomáticos para encontrar uma solução política."

O secretário-geral da NATO, que recebeu hoje o galardão Ewald von Kleist, atribuído pela organização da Conferência de Segurança de Munique, reiterou que a aliança está "disposta ao diálogo".

Na mesma conferência, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, alertou o Kremlin de que um ataque à Ucrânia custará à Rússia “um futuro próspero” e acusou Moscovo de tentar "minar" a arquitetura de segurança europeia.

Pela primeira vez em muito tempo não há um representante russo na Conferência de Segurança de Munique, na qual participou, nos últimos 12 anos, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, que esteve em Munique até durante a crise da Crimeia em 2014.

Alguns observadores consideram que a ausência russa significa que o Kremlin abandonou os esforços para encontrar uma solução pacífica para a crise da Ucrânia

O Ocidente e a Rússia vivem atualmente um momento de forte tensão, com o regime de Moscovo a ser acusado de concentrar pelo menos 150.000 soldados nas fronteiras da Ucrânia, numa aparente preparação para uma potencial invasão do país vizinho.

Moscovo desmente qualquer intenção bélica e afirma ter retirado parte do contingente da zona.

Entretanto, nos últimos dias, o exército da Ucrânia e os separatistas pró-russos têm vindo a acusar-se mutuamente de novos bombardeamentos no leste do país, onde a guerra entre estas duas fações se prolonga desde 2014.

Ainda hoje, à margem da Conferência de Munique, está previsto um encontro entre a vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Comentários
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  • Joaquim
    19 fev, 2022 Porto 22:19
    Sempre, sempre, sempre a tentar provocar a Rússia! Não percebo qual é a estratégia dos EUA?! Não percebo porque querem tanto uma guerra!
  • Cidadao
    19 fev, 2022 Lisboa 13:16
    Deve ser, deve. Então porque não aceitaram o pedido da Ucrânia, para aderir à NATO, em 2008? Acham que a NATO assusta a Rússia, quando a América enfraquecida por aquele atoleiro que foi o Afeganistão, se está a virar para o Pacífico e Ásia, e na Europa, as melhores F.A. saíram - a Inglaterra - e os outros nem 2% do OE de estado gastam na Defesa, porque são "despesas impopulares que não ganham Eleições" e em termos militares não são ninguém e estão sempre a contar com os Americanos?

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