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Putin diz que a Rússia não quer uma guerra na Europa

15 fev, 2022 - 15:03 • Ricardo Vieira, com agências

Vladimir Putin falava aos jornalistas, em Moscovo, numa conferência de imprensa conjunta com o novo chanceler alemão, Olaf Scholz.

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O Presidente russo garante que não quer uma guerra na Europa e, por isso, avançou com uma proposta para iniciar um processo de negociações. Vladimir Putin confirma a "retirada parcial" de tropas estacionados junto à fronteira com a Ucrânia.

Vladimir Putin falava aos jornalistas, em Moscovo, numa conferência de imprensa conjunta com o novo chanceler alemão, Olaf Scholz.

Numa altura em que a Rússia colocou milhares de tropas junto à fronteira com a Ucrânia, o chefe de Estado lamentou o que disse ser a falta de respostas construtivas às propostas de Moscovo por parte do Ocidente.

Vladimir Putin adianta que há questões levantadas pela NATO e pelos Estados Unidos que ainda podem ser discutidas.

O Presidente russo garante que não quer uma guerra na Europa, mas recorda o conflito na antiga Jugoslávia, na década de 90 do século que, acusa, foi iniciada pela NATO.

Putin não quer NATO "à porta" da Rússia

Nesta conferência de imprensa, Putin defendeu que a questão da intenção da Ucrânia de aderir à NATO tem que ficar resolvida de uma vez por todas.

"Temos que resolver essa questão agora, no decurso destas negociações. Esperamos muito que as nossas preocupações sejam ouvidas pelos nossos parceiros e encaradas de forma séria", disse o chefe de Estado.

Putin declarou que, nos últimos 30 anos foi sendo dito que não haveria uma expansão da NATO para Leste, mas atualmente há infraestruturas "à nossa porta", frisou.

Putin fala em "genocídio em Donbas"

Noutra parte da conferência de imprensa, Vladimir Putin acusa a Ucrânia de cometer genocídio na região de Donbas, controlada por rebeldes pró-Rússia.

“Na nossa perspetiva, o que está a acontecer em Donbas é um genocídio”, declarou o chefe de Estado russo.

Esta não é a primeira vez que Vladimir Putin lança acusações sobre as forças ucranianas no conflito no Leste do país, sobre a forma como decorre o conflito numa zona onde vive muitos russófonos.

"Devemos manter-nos preparados para todos os cenários", diz MNE sobre tensão na Ucrânia
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Alemanha pede "coragem e responsabilidade"

Após a reunião, o chanceler alemão, Olaf Scholz, espera que Vladimir Putin envie os seus negociadores “com um mandado positivo para que possam ser alcançados progressos”.

A Alemanha tem uma forte relação económica com Moscovo. Olaf Scholz afirma que “a segurança só pode ser alcançada com a Rússia e não contra a Rússia”.

Para o chanceler alemão, "a guerra tornou-se algo impensável na Europa" e é preciso "garantir que assim continua".

Olaf Scholz garante que a Europa e a NATO estão unidas para encontrar uma solução para a situação de tensão na Ucrânia, mesmo que seja difícil e complexo.

"Precisamos todos de ser corajosos e responsáveis nas nossas ações", declarou o sucessor de Angela Merkel.

O Ministério da Defesa russo anunciou, esta terça-feira, que algumas unidades que completaram os exercícios militares junto à fronteira com a Ucrânia regressaram às bases.

De acordo com o porta-voz do ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, citado pelas agências de notícias russas, “as unidades dos distritos militares do Sul e do Oeste, que cumpriram as suas tarefas, já começaram a embarcar em meios de transportes ferroviários e rodoviários e iniciarão hoje o retorno às suas bases”.

Em entrevista à Renascença, o ministro português dos Negócios Estrangeiros diz que há sinais contraditórios na fronteira da Ucrânia. A anunciada retirada de alguns militares russos é positiva, mas todos os cenários estão em aberto, afirma Augusto Santos Silva.

“Esse desenvolvimento é um desenvolvimento positivo. O problema é que há sinais contraditórios, portanto devemos manter-nos preparados para todos os cenários”, defende o chefe da diplomacia portuguesa.

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