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Chefe da polícia londrina demite-se após casos de misoginia e discriminação

11 fev, 2022 - 08:20 • Lusa

Um relatório divulgado na semana passada, pelo órgão que vigia a conduta da polícia, condenou a misoginia, intimidação, discriminação e o assédio sexual entre agentes e revelou mensagens entre operacionais a ridicularizar casos de violação, com linguagem ofensiva.

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A chefe da Polícia Metropolitana de Londres, Cressida Dick, anunciou esta sexta-feira a demissão, após uma série de controvérsias que envolvem casos de misoginia, intimidação, discriminação e assédio sexual entre agentes.

O Presidente da Câmara Municipal da capital britânica, Sadiq Khan, tinha ameaçado recentemente demitir a dirigente, por não fazer o suficiente para reformar a Polícia Metropolitana, a maior força policial da Grã-Bretanha, perante as crescentes acusações.

Khan disse hoje ser claro que a única solução é uma "nova liderança no topo da Polícia Metropolitana".

Num comunicado, Cressida Dick, que chefia a força há quatro anos e é a primeira mulher a liderar a Scotland Yard, explicou que foi com "enorme tristeza” que percebeu que Khan "não tem confiança suficiente” na sua liderança, que lhe permita continuar.

“Não me deixaram outra escolha senão deixar o cargo de comissária do Serviço de Polícia Metropolitana”, acrescentou.

Dick acrescentou que permanecerá em funções por um curto período, para garantir a estabilidade da força enquanto é encontrado um substituto.

Um relatório divulgado na semana passada, do Independent Office for Police Conduct, o órgão que vigia a conduta da polícia, condenou a misoginia, intimidação, a discriminação e o assédio sexual entre agentes, a maioria deles baseados na esquadra de Charing Cross, no centro de Londres.

O relatório revelou mensagens entre agentes a brincar sobre violação, com linguagem ofensiva e disse que os incidentes fazem parte de uma cultura mais ampla que não pode ser atribuída a algumas “maçãs podres”.

Khan disse que não estava "satisfeito" com a resposta de Dick aos pedidos de mudança após os escândalos, incluindo o homicídio de uma mulher por um agente em serviço, no ano passado.

“Na semana passada, deixei claro à comissária da Polícia Metropolitana a dimensão da mudança que acredito ser urgentemente necessária para reconstruir a confiança dos londrinos na ‘Met' e erradicar o racismo, sexismo, homofobia, intimidação, discriminação e misoginia que ainda existe", disse Khan.

O político do Partido Trabalhista agradeceu a Dick, de 61 anos, pelos 40 anos de serviço policial.

A alteração acontece um dia após a polícia ter revelado o envio de questionários a mais de 50 pessoas do Governo sobre as alegadas “festas” que decorreram em 2020 e 2021 que terão infringido as restrições para controlar a pandemia Covid-19.

O primeiro-minstro terá sido um dos participantes naqueles eventos, embora não se saiba se Boris Johnson será contactado.

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