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Europeus consumiram mais canábis e menos ecstasy em 2021

20 jan, 2022 - 08:19

Dados são do inquérito online europeu sobre consumo de drogas realizado pelo Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência.

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O consumo de canábis aumentou e o de ecstasy diminuiu, entre março e abril de 2021, quando vigoraram restrições provocadas pela pandemia de Covid-19, revela um inquérito à ingestão de drogas em 30 países.

O mais recente inquérito online europeu sobre consumo de drogas realizado pelo Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência (EMCDDA, na sigla em inglês), realizado entre março e abril de 2021 em 30 países (21 da União Europeia, incluindo Portugal, e nove não pertencentes), conclui que, “embora o consumo de canábis herbácea tenha aumentado, o consumo de MDMA/ecstasy diminuiu” quando muitas populações estavam sujeitas a confinamentos, num universo de consumidores com 18 ou mais anos.

“Cerca de um terço dos inquiridos (32%) referiu ter consumido mais canábis (herbácea) e 42% disse ter usado menos MDMA/ecstasy”, refere o EMCDDA.

O Observatório salienta, no documento a que a agência Lusa teve acesso, que o inquérito pretende “melhorar a compreensão dos padrões do consumo de droga na Europa e ajudar a definir futuras políticas e intervenções” sobre este problema.

Segundo as respostas de 48.469 adultos em 21 Estados-membros e Suíça, a canábis foi a droga mais consumida, com 93 % dos consumidores a afirmarem tê-la usado nos últimos 12 meses e com pouca variação entre países.

Já o MDMA/ecstasy apresenta uma percentagem de consumo de 35%, a cocaína 35% e as anfetaminas 28%, surgindo como as substâncias ilícitas mais notificadas a seguir à canábis, “com a ordem das três drogas a variar de país para país”.

O inquérito revelou que um quinto (20%) da amostra referiu ter consumido LSD no último ano, 16% usou novas substâncias psicoativas (NSP) e 13% cetamina (também conhecida como quetamina ou Ketamina, um anestésico com aplicação hipnótica e aspeto analgésico).

O consumo de heroína foi comunicado 3% dos inquiridos, refere o Observatório sediado em Lisboa, salientando que, “embora a amostra que comunicou o consumo de heroína tenha sido pequena, mais de um quarto destes inquiridos (26%) indicou ter usado mais esta droga no período estudado”.

Os dados apresentados referem-se a uma amostra autoselecionada que consumiu, pelo menos, uma droga ilícita nos 12 meses anteriores ao inquérito, explica o EMCDDA.

A agência europeia de estudo e análise sobre o fenómeno das drogas salienta que “embora os inquéritos online não sejam representativos da população em geral, quando cuidadosamente realizados e combinados com métodos tradicionais de recolha de dados, podem ajudar a traçar um quadro mais pormenorizado, realista e atual do consumo e dos mercados de droga na Europa”, acrescentando que mais de 100 organizações participaram na iniciativa, incluindo os pontos focais nacionais da rede Reitox (pontos focais/organismos oficiais de cada país), universidades e ONG.

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