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Voos fantasma. Ómicron faz companhias europeias voarem com aviões vazios

08 jan, 2022 - 10:52 • Pedro Mesquita , João Carlos Malta

Só a Lufthansa admite a realização de quase 18 mil voos quase sem passageiros. Segundo a Renascença apurou a TAP não estará a operar nestas condições.

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Por culpa da Ómicron, há companhias aéreas europeias a operar milhares de aviões, sem necessidade. Fazem-no apenas para não perderem ‘slots’ (faixas horárias), notícia o "El País".

Só a Lufthansa admite a realização de quase 18 mil voos quase vazios, e que, por isso, não são comercialmente rentáveis, com o único objetivo de conservar os seus direitos de descolagem e aterragem.

A transportadora alemã avisa que poderá cancelar mais de 30 mil voos entre Janeiro e Março. E seriam muitos mais, admite a Lufthansa, não fosse a necessidade de garantir slots.

Também a Ryanair já indicou que irá cancelar mais de 30% dos voos previstos para este mês, face ás restrições pandémicas.

De acordo com o jornal "El País", diversas companhias aéreas europeias apelam a uma maior flexibilidade de regras, perante os condicionalismos impostos pela variante Ómicron.

Quanto à TAP, ao que a Renascença apurou esta manhã junto de fontes do sector aeronáutico, a transportadora aérea não tem operado voos sem passageiros ou aviões quase vazios.

Na leitura de Francisco Ferreira, da organização ambientalista ZERO, esta é uma situação "absolutamente surreal".

"Não se consegue perceber como é que nós estamos a lutar contra as alterações climáticas à escala mundial, e em tempos de Covid continuam a gastar-se toneladas e toneladas de 'jet fuel' sem que sejam necessários. É incompreesível que as autoridades não cheguem a acordo da manutenção dos slots para as companhias sem a necessidade destes voos vazios", defende.

A Comissão Europeia está consciente do problema de haver centenas de voos sem passageiros na União Europeia. É por isso que em março de 2020 ele agiu rapidamente e adaptou as regras que as companhias aéreas devem cumprir.

Antes do surto do coronavírus, eles tinham que operar 80% dos voos em cada rota nas diferentes temporadas para não perder seus horários na próxima. Perante a queda drástica do tráfego aéreo, Bruxelas reduziu a percentagem para 50%.

Em julho passado, estendeu a isenção até março deste ano. Mais tarde, já com a temporada de verão, quando a procura deve aumentar, terão que operar 64% de seus slots.

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